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Trabalhadores do Caminho-de-Ferro de Luanda com salários em atraso

Trabalhadores do Caminho-de-Ferro de Luanda (CFL) estão com o salário de Março em atraso, situação que se deve à já débil situação financeira da empresa, agravada com a covid-19, disse esta Sexta-feira à agência Lusa o porta-voz da empresa.

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Augusto Osório confirmou informações sobre o atraso no salário do mês de Março, reclamado pelos cerca de mil trabalhadores do CFL, que se manifestam preocupados face à situação de confinamento devido ao novo coronavírus, que já causou no país dois óbitos de um total de oito casos positivos.

"Até ao presente momento ainda não pagamos os salários, porque temos problemas de liquidez, de dinheiro, os comboios suspenderam a sua actividade em função do novo coronavírus", explicou.

Segundo Augusto Osório, esta situação "não é novidade nenhuma", para os trabalhadores, que "sabem a dificuldade que a empresa tem enfrentado nos últimos tempos".

"E não é a primeira vez que acontece, queria já deixar bem claro, já aconteceu mais vezes", referiu.

Para um dos trabalhadores, que pediu anonimato, "o mais grave é que não dizem nada" a justificar a situação.

"Pelo menos um comunicado não conseguiram emitir para dizer o porquê desse atraso", reclamou.

O porta-voz do CFL referiu que a situação de confinamento das pessoas tem dificultado a comunicação, tranquilizando os trabalhadores, que a situação será resolvida nos próximos dias.

"Como as pessoas não estão a aparecer no local de serviço a fluidez da informação tem sido complicada, na medida em que quando eles apareciam no local de serviço, mais facilmente a informação passava, neste momento fluir a informação é bocado mais complicado", frisou.

De acordo com a fonte, são situações como a dos trabalhadores do CFL, que estão a influenciar o cumprimento do estado de emergência decretado no país, ao confinamento social, "porque as pessoas precisam de encontrar formas de sobrevivência".

Para a fonte que vimos citando, o atraso que se verifica no pagamento de salários tem a ver com "o actual conselho de administração", exemplificando que a situação que enfrentam não se verifica com os restantes trabalhadores do Caminho-de-Ferro de Benguela ou do Caminho-de-Ferro de Moçâmedes.

Augusto Osório contraria a tese dos trabalhadores frisando que a pandemia do novo coronavírus veio "influenciar muito a já débil situação financeira da empresa".

"Deixamos de transportar grande quantidade de passageiros como fazíamos, actualmente temos serviços mínimos, então a arrecadação de receitas diminuiu de uma forma drástica", referiu.

O porta-voz do CFL sublinhou que estão a ser encontradas formas de resolver o problema, "e naturalmente a prioridade máxima é pagamento dos salários que estão em falta do mês passado".

Na semana passada, a empresa anunciou medidas de diminuição significativa da circulação de comboios e o limite de passageiros, devido à pandemia da Covid-19.

As anteriores 17 frequências diárias passaram a oito e o número de pessoas a bordo passou nas carruagens de 3.ª classe de 100 passageiros para o limite máximo de 50 e as de 2.ª classe passaram de 70 para 48.

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