"Esperamos que sim, porque este sinal que o Presidente da República, João Lourenço, deu pressupõe que sim, vamos acreditar que sim, que realmente os dias de afiliação e dificuldades que vivemos sejam ultrapassadas", afirmou esta Quinta-feira o secretário-geral do Sindicato dos Jornalistas Angolanos (SJA), Teixeira Cândido.
Segundo o sindicalista, que falava à Lusa no final de uma reunião que mantiveram com o ministro das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social (MTTICS), Manuel Homem, o actual cenário da imprensa privada "é crítico e emergencial".
A necessidade da manutenção dos empregos e o funcionamento das empresas "fundamentalmente que os trabalhadores das empresas de comunicação social sejam capazes de sustentar as suas famílias" foram os pontos que nortearam o encontro.
O encontro, que decorreu na sede do MTTICS, em Luanda, surgiu na sequência de uma carta que um grupo de directores dos órgãos privados de comunicação e o SJA endereçou ao Presidente solicitando a sua intervenção para "acudir dificuldades financeiras do sector".
"A situação já era de facto crítica, mas com a pandemia a situação agudizou-se, a única fonte de receitas dos órgãos de comunicação social, fundamentalmente privados, é a publicidade e não havendo publicidade as empresas não têm como sobreviver", notou.
Esta "situação preocupante" dos órgãos privados, assinalou, "motivou-nos lançar um grito de socorro ao Presidente da República e este orientou o senhor ministro das Telecomunicações, Tecnologia de Informação e Comunicação Social a trabalhar connosco".
Teixeira Cândido observou que apesar da ausência de um horizonte temporal, a situação dos órgãos "é emergencial", augurando que "as soluções surjam quanto antes porque a situação é crítica".
"Sim, é emergencial, porque as empresas não têm capacidade, há empresas com atrasos salariais, o próprio grupo Média Nova tem empresas que não pagam salários, quase que não foram capazes de pagar o salário de Março", realçou.
De acordo ainda com o secretário-geral do Sindicato dos Jornalistas Angolanos há empresas inclusive que "não sabem como vão pagar os salários de Abril. Portanto a situação é crítica", rematou.
Anteriormente à Lusa, o SJA e o Instituto para a Comunicação Social da África Austral (MISA, na sigla inglesa) Angola já haviam manifestado o "quadro sombrio" que o sector privado a comunicação social apontando a "redução da publicidade para mais da metade" como dos principais factores.
Angola entra esta Quinta-feira para o sexto dia da segunda prorrogação do estado de emergência que se estende até 10 de Maio.
O país conta já com 27 casos confirmados de covid-19, entre os quais 18 casos activos, dois óbitos e sete recuperados.