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Aprovação do projecto em Longonjo mostra que Angola está “aberta para os negócios”

O presidente da mineira Rare Earths disse esta Quarta-feira que a aprovação da exploração do projecto em Longonjo é "uma prova de que Angola está 'aberta para o negócio' mesmo durante o confinamento da covid-19".

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O apoio "do Ministério na aceleração do contrato é muito reconhecido e é uma prova de que Angola está 'aberta para o negócio' mesmo durante o confinamento da covid-19", disse Tim George, comentando a aprovação pelo Presidente, João Lourenço, da exploração de cerca de 20 quilómetros quadrados no município de Longonjo, na província do Huambo.

De acordo com os termos anunciados esta Quarta-feira pela empresa, a prospecção implicará um pagamento de 2 por cento sobre as receitas, 20 por cento de imposto geral e 5 por cento de imposto municipal depois de dois anos de isenção fiscal, para além de uma isenção sobre a importação de equipamento e uma isenção de três anos para a cobrança de imposto sobre os dividendos.

"A aprovação presidencial do contrato de investimento na mina do Longonjo reflecte o forte apoio do Governo aos investimentos estrangeiros, que ajudam a diversificar a economia e trazer benefícios económicos e sociais directos para as comunidades onde operam", comentou o ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás.

"O investimento da Pensana será um dos maiores nas regiões de Angola nos anos recentes e vai criar empregos, dar formação e apoiar os negócios locais, bem como melhorar a infra-estrutura social dentro da região de Huambo", acrescentou Diamantino Azevedo.

Em Março, a companhia mineira Rare Earths tinha anunciado que o Fundo Soberano de Angola passou a deter 4,8 por cento das acções através do investimento de 2 milhões de dólares na empresa, para financiar um projecto em Longonjo.

"A Pensana Rare Earths anuncia com agrado que angariou mais de 2 milhões de dólares do Fundo Soberano de Angola que actualmente gere uma parte significativa da nossa carteira de investimentos, distribuída entre vários sectores e classes de activos, incluindo o sector mineiro", lê-se no comunicado distribuído em Março pela mineira australiana, que dava conta que o Fundo ficaria com 4,8 por cento das acções após o aumento de capital da companhia.

O projecto será um dos maiores fornecedores de metais magnéticos fundamentais para a transição energética, esperando-se uma forte procura para os veículos eléctricos e dos produtores de turbinas eólicas ao largo da costa", disse o presidente da empresa, Paul Atherley, citado no comunicado de Março.

"Vai providenciar empregos e um estímulo económico numa altura em que o Governo de Angola está activamente a procurar atrair investimento externo para diversifica a economia", acrescentou.

Em Abril do ano passado, foi noticiado que um projecto de prospecção de minerais no município de Longonjo, na província do Huambo, que durou cerca de dois anos, permitiu identificar 23.000 milhões de toneladas de metais valiosos, conhecido por "Terras Raras".

O projecto mineiro, cuja exploração prevê-se começar este ano, foi feito em parceria entre a empresa angolana Ferrangol e a australiana Pensana, indicou o director administrativo da Ozango Minerais (empresa resultante da parceria), Tim George, que não adiantou números sobre o investimento nem o valor dos metais em causa.

Considerado como "o ouro do século XXI", pela sua raridade e valor económico, as Terras Raras são metais que servem de matéria-prima essencial para itens de alta tecnologia.

Localizá-los com o grau de pureza e concentração necessárias é uma tarefa difícil, razão pela qual são tidos como raros.

Entre as características de maior destaque estão a condução de calor e electricidade, além de se tratar de estruturas que são altamente magnetizáveis.

As suas propriedades químicas e físicas são utilizadas numa grande variedade de aplicações tecnológicas e estão incorporadas em super-condutores, magnetos, catalisadores, entre outros.

São minérios que garantem características únicas a diversos tipos de ligas metálicas, como os iPhones, carros híbridos, lasers, entre outros.

O consumo desses minerais, em todo o mundo, chega a 150 mil toneladas/ano.

Os tipos de metais conhecidos por Terras Raras chegam a 17. Porém, seis tipos são mais conhecidos: Neodímio, Lantânio, Praseodímio, Gadolínio, Samário e Cério.

A China é o principal produtor e mercado do minério.

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