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Covid-19: “Não se pode fingir" que relações Angola-China não estão a ser afectadas

O presidente da Câmara de Comércio Angola-China considera que o impacto do coronavírus está a afectar as relações entre os dois países, comprometendo trocas comerciais e investimentos, por isso “não se pode fingir” que nada aconteceu.

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Em entrevista à Agência Lusa, Manuel Arnaldo Calado, afirmou que o número de empresários chineses presentes em Angola diminuiu desde finais do ano passado, estando também a ser afectadas as importações

Segundo o empresário, a epidemia coincidiu com as festas de natal e final de ano e, por isso, muitos "acabaram ficando lá".

"Com isso, também os investimentos e financiamentos que estavam previstos para o primeiro trimestre deste ano estão bloqueados", referiu o responsável da Câmara de Comércio Angola-China (CCAC).

Questionado sobre a situação da importação de produtos da China, país que lidera a lista das importações angolanas, o empresário disse que está a ser muito afectada, porque é tudo proveniente do país asiático.

"Não conheço nenhum produto que esteja em Angola ou que já tenha estado em Angola, que a China não tenha para oferecer. A China realmente faz-nos falta, porque fornece tudo, desde o mais barato ao mais caro", frisou.

Nesse sentido, todos os sectores da economia nacional estão a ser afectados, agravando ainda mais o "nível alto de desemprego" que Angola vive neste momento.

Manuel Arnaldo Calado admitiu que, devido à situação, a comunidade chinesa em Angola tem estado a sofrer alguma discriminação, um fenómeno que é global.

"Pode ser mais aliviado em Angola, mas estamos também a sofrer", admitiu o presidente da Câmara de Comércio Angola-China, lembrando que muitos chineses e angolanos são submetidos a quarentena no país.

"Todos os dias há números novos, não consigo (dizer quantos), mas a maior parte das pessoas, angolanos e chineses, ficaram em quarentena (...) não gostaram, mas ficaram", disse.

Desde o dia 3 de Março, cidadãos estrangeiros ou não-residentes em Angola provenientes da China, Coreia do Sul, Itália e Irão estão proibidos de entrar em território nacional, enquanto os angolanos ou estrangeiros residentes terão de ficar em quarentena pelo menos 14 dias.

"Minimizar o impacto negativo que esta tragédia trouxe", é agora o principal desafio para Manuel Arnaldo Calado e é esse o trabalho que a CCAC tem procurado desenvolver.

A China é o país que lidera a lista de importações de Angola, seguida de Portugal, sendo também o principal destino das exportações angolanas.

O petróleo, a base de sustento das receitas angolanas, é o principal produto adquirido por aquele estado asiático.

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