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Ferrangol quer reactivar produção de manganês abandonada em 1975

A empresa pública Ferrangol vai avançar com a prospecção, pesquisa e avaliação das reservas de manganês em Kassala-Kitungo, entre as províncias de Malanje e Kwanza Norte, cujos depósitos já tinham sido explorados de 1925 a 1975.

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A iniciativa, que envolve ainda empresas associadas da Ferrangol, pretende implementar o designado "Projecto Integrado Mineiro Siderúrgico de Kissanga e Kassala-Itungo", conforme refere um decreto de 28 de Março assinado pelo Presidente João Lourenço, a que a Lusa teve acesso.

O documento aprova o Programa de Prospecção, Pesquisa e Avaliação de Manganês na Concessão Mineira de Kassala-Kitungo, assinalando que são conhecidos 18 depósitos com teor médio superior a 50 por cento na área, com cerca de 500 hectares. Estima ainda que os trabalhos de prospecção, pesquisa e avaliação nas áreas já conhecidas e que demonstram "elevado potencial" representarão um investimento de 5,25 milhões de dólares.

"A implementação do projecto será assegurada inicialmente por um número de até 62 pessoas, entre pessoal qualificado e não qualificado, visando a eficiência no trabalho", lê-se no mesmo documento.

Estes 18 depósitos de manganês na área de Kassala-Kitungo, a 230 quilómetros de Luanda, começaram a ser explorados em 1925, durante o período colonial português, actividade que cessou em 1975, após a proclamação da independência, face à guerra civil que se seguiu.

A exploração conduzida durante 50 anos foi "feita de forma semi-industrial", levando o Executivo a recomendar "um trabalho de avaliação nestes depósitos", refere igualmente o documento.

No total, até ao encerramento das explorações, Angola exportou oito milhões de toneladas de manganês com teor médio de 50 por cento.

Com o programa agora aprovado, o Governo pretende, até ao final deste ano, construir infra-estruturas, como pontes e acessos, avançando ainda com actividades de reconhecimento e mapeamento das condições geológicas e minerais e recolha e análise de amostras.

O manganês é o 12.º elemento mais abundante na crosta terrestre e é um importante componente no fabrico ligas metálicas e de ferro e aço, dadas as suas propriedades enquanto fixador de enxofre e desoxidantes.

Entre os maiores produtores internacionais estão a África do Sul, Brasil, Ucrânia, Austrália, Índia, China e Gabão.

Em 2015, a produção mundial deste elemento chegou às 18 milhões de toneladas, tendo as 6,2 milhões de toneladas produzidas pela África do Sul representado mais de um terço deste valor.

Os principais países importadores manganês em 2015 foram Índia, China e Coreia do Sul, com o preço médio deste produto a rondar os dois dólares por quilograma.

Estima-se que o total de reservas de manganês no mundo ultrapasse os 500 milhões de toneladas.

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