Falando na apresentação em Luanda de uma conferência subordinada ao tema "Reflexões sobre a Implementação de Projectos Agrícolas e Pecuários em Angola", incluído na conferência "Agricultura: Do Passado à Actualidade: Principais Constrangimentos e Caminhos a Seguir", José César Macedo criticou a organização do país.
"Há uma situação de conjuntura económica e política que não é favorável ao investimento. O ambiente de negócios não é convidativo, temos dificuldades de todo o tipo, desde as infra-estruturas de base à burocracia e um grande problema, que são as garantias de financiamento e de desenvolvimento de acordo como o previsto", disse.
Segundo o também consultor, para que haja um investimento de facto, o "ambiente de negócios deve ser convidativo e conter certezas".
"É preciso atender que, para haver investimento, a situação tem de ser convidativa, com boas infra-estruturas, boas condições de financiamento e certezas. Apesar das boas intenções, falta a garantia de futuro, saber o que vou pisar", argumentou.
Ao discursar na conferência, o empresário sublinhou que "grande parte, para não dizer a maioria esmagadora, dos produtos agrícolas e agro-industriais têm tido grandes problemas de riscos de insucesso".
"Isso verifica-se onde o principal termómetro é o sector bancário", atirou.
Contudo, para José César Macedo, ainda existem "novas oportunidades" para se inverter a situação, como o Programa de Apoio ao Crédito (PAC) e a nova directiva do Banco Nacional de Angola (BNA) sobre a fixação do limite mínimo de concessão de créditos ao sector agrícola.
De acordo com o investidor, a "visão renovada do papel do Estado", reflectida no Programa de Apoio à Produção, Diversificação das Exportações e Substituições das Importações (PRODESI), enquadra-se igualmente nas "novas oportunidades" para o sector.
"Actualmente, o Estado ainda actua como actor e operador económico, mas perspectiva um futuro de actuar apenas como regulador e promotor", sublinhou.