Segundo o presidente do Conselho de Administração (PCA) da Sociedade de Desenvolvimento da Zona Económica Especial (SDZEE), António Henriques da Silva, citado no Jornal de Angola, os sete projectos estão ligados à indústria alimentar, cosmética, química (detergentes) e hotelaria e turismo e resultam de acções de divulgação das potencialidades da ZEE dentro e fora do país.
Henriques da Silva falava durante a inauguração da fábrica de processamento de carnes e enchidos "Mestre Akino", na ZEE, em que esteve presente a ministra da Indústria, Bernarda Martins, e considerou a operação como "mais um passo importante no percurso da vitalização da actividade industrial" no país.
O PCA da ZEE assegurou que a nova unidade fabril está adequada às novas exigências regulamentares de qualidade e higiene alimentar e que a observação desses critérios naquele complexo industrial faz com que a economia encontre, ali, um factor importante de estabilidade e valorização.
A falta de capacidade do mercado para o abastecimento da carne suína às indústrias, tanto para a alimentação como para a produção de enchidos, está a preocupar os empresários angolanos, afirmou Luís Nicácio, administrador da fábrica de carnes e enchidos tradicionais "Mestre Akino", também citado hoje pelo Jornal de Angola.
O administrador da fábrica disse que o problema é consequência da recente proibição, pelas autoridades, da importação de carne de porco, no quadro do Programa de Apoio à Produção Nacional, Diversificação das Exportações e Substituição das Importações (PRODESI).
A unidade industrial, de 680 metros quadrados, é um investimento de quatro milhões de dólares), com capacidade para produzir mensalmente 50 toneladas de enchidos, desde a charcutaria, chouriço corrente e carne salgada.
Numa primeira fase, a fábrica vai gerar cerca de 50 postos de trabalho directos, quase todos reservados a jovens angolanos, com a inclusão de dois especialistas estrangeiros para darem formação contínua aos trabalhadores.
Luís Nicácio disse ainda que a fábrica criou uma rede de fornecedores de matéria-prima, envolvendo Portugal, Espanha e Brasil, numa altura em que diligências estão a ser feitas para que países como a África do Sul e o Zimbabué, considerados maiores produtores de carne de porco na região austral do continente, sejam incluídos.
O Governo está a promover um conjunto de privatizações na ZEE, que envolve as províncias de Luanda e do Bengo, implantada numa área de 8300 hectares infraestruturada com água, electricidade e vias rodoviárias.
Para já, está em curso a privatização das primeiras sete entre as 52 unidades industriais aí instaladas, para o que há mais de 60 interessados, entre empresas angolanas e estrangeiras, em que o Governo espera arrecadar cerca de 80 milhões de dólares.
A 28 de Fevereiro, altura em que foi lançado o concurso público de privatização das sete empresas, que decorre até 31 de Maio, o administrador do Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado (IGAPE), Gilberto Luther, o preço de venda das unidades indústrias vai de três milhões a 18 milhões de dólares, "mas o valor de cada uma deverá ser analisado em concreto".
O Estado está a alienar as empresas Univitro, Juntex, Carton, Absor, Indugited, Coberlen e a Saciango, de que apenas uma continua a laborar - a Univitro, que produz vidro e tem nesta altura 17 trabalhadores em situação regular - com as restantes paradas desde que foi criada a ZEE, em outubro de 2009.
A Juntex está vocacionada para a construção e distribuição de estruturas de betão, a Carton para cartolinas e caixas de cartão, a Absor para fraldas e toalhitas, a Indugited para produtos de higiene, a Coberlen para Cobertores e a Saciango para a produção de sacos para a indústria de cimentos e outras.
Por seu lado, o presidente do Conselho de Administração do IGAPE, Walter Barros, disse que, ainda este ano, submeterão a concurso público outras unidades industriais instaladas na ZEE, lembrando que todas elas estão em condições diferentes.