Luso-brasileira de 37 anos, Juliana está em Angola há cerca de oito, com breves passagens por Moçambique e pela África do Sul. Faz da comunicação e da publicidade a ocupação principal, mas os tecidos com padrões africanos são o seu grande amor.
Comprou um aqui, outro ali e outro acolá e quando deu conta, eram dezenas. “Sempre gostei de moda e de comprar tecidos. Aqui vendem muitos tecidos nas ruas e mercados, de várias cores e padrões. Quando dei conta tinha imensos em casa, e não sabia o que fazer com eles. Achei que tinha de ser algo bonito, elegante, e mais sofisticado do que a roupa que encontrava nas lojas angolanas, então pensei nos acessórios que são sempre peças que fazem a diferença no guarda-roupa feminino”, explica ao VerAngola.
E assim, aos poucos e poucos, Juliana começou a mostrar ao mundo que África também é chique. Passou por Portugal e comprou rendas e bordados, aterrou no Brasil e trouxe brilhos e lantejoulas. Depois, juntou-os aos muitos tecidos comprados em África e nasceram malas de mão, turbantes, faixas para o cabelo e porta-moedas, num estilo que descreve como “folk sofisticado”.
Esta fusão de culturas tem ponto de encontro em Lisboa, onde a sua mãe coordena uma equipa de costureiras que produz os acessórios. “Cada mala é única, feita à mão e pensada com muito detalhe. Nem sempre os tecidos são os mesmos e nem sempre as combinações são iguais, mas é daí que surge a essência do Afrochik”, afirma.
Para o segundo semestre deste ano está programada uma das grandes novidades da marca, a Afrobaby. “São acessórios para crianças, na mesma linha da Afrochik”, explica a criadora ao VerAngola. “As meninas gostam de andar a combinar com as mães, então pensei em turbantes, babetes e pequenas malinhas inspiradas nos mesmos padrões”, acrescenta.
Para já a Afrochik vende exclusivamente online, através do Facebook, recorrendo a um estafeta para entregas em Angola. No entanto, as encomendas já chegaram de Moçambique, do Brasil, da Itália, Inglaterra e até do Qatar. O próximo passo pode ser a abertura de um espaço físico em Angola, mas até neste campo Juliana continua a querer inovar: “Não quero que a marca seja vista de qualquer maneira, ao ser revendida numa loja que não tenha a mesma sintonia da minha marca. Preferia aliar-me a pessoas que desenvolvem o mesmo tipo de trabalho, com o mesmo cuidado que eu e abrirmos uma loja dedicada exclusivamente a roupas e acessórios Made in Africa, mas com bastante estilo”, conclui.