Espectáculos de teatro, dança, música, desfiles de moda, projecção de filmes e formação de actores são as mais-valias do espaço, situado na Zona Verde, no bairro Benfica, no município de Belas. Numa primeira fase, a sala vai promover artistas da Centralidade do Kilamba, apostando depois num intercâmbio com grupos da província. “Com poucos recursos estamos a servir uma comunidade muito vasta”, afirmou o director do projecto ao VerAngola.
Carlos é realizador e encenador. Apresenta-se como “um cidadão angolano que ama o teatro”. Foi este amor que o levou a investir 70 mil dólares do seu próprio bolso num projecto independente, cujo grande objectivo é dar uma oportunidade a quem nunca a teve, seja por falta de recursos, seja por falta de um espaço apropriado. “O retorno social é o meu maior pagamento. Acho que em Angola nunca ninguém fez o que eu fiz, o que é lamentável, mas é a realidade”, afirma, criticando o papel do Executivo e a má atribuição de subsídios culturais.
“Toda a gente é bem-vinda”, afirma convicto na sua missão de tornar a cultura – e em especial o teatro – acessível a todos. Mais que um espaço para impulsionar carreiras, o Laai-Roi quer ser um “bom caminho” em zonas muitas vezes problemáticas. Assim, existem ainda intercâmbios com escolas, de forma a que os alunos possam, desde pequenos, contactar com a cultura.
A sala tem já vários espectáculos agendados, sendo este um “projecto aberto”, sempre pronto a receber artistas de todos os escalões. Aos sábados e domingos há teatro e regularmente existem cantores e dançarinos convidados. A maioria das actividades tem um preço simbólico, de forma a que não existam impeditivos de fazer a cultura chegar a todos os extractos sociais.
O Laai-Roi está pronto para ser um “agitador social”, como muitas vezes é descrito o seu director e para “quebrar barreiras”, no longo caminho que ainda existe a percorrer na missão de fazer chegar a cultura a todos os angolanos.
