A Associação quer "criar uma plataforma de compromisso a nível internacional pelos países produtores de petróleo", disse o director de exploração e produção no Ministério do Petróleo da Costa do Marfim, país que acolheu o encontro, que serviu também para a Argélia e Angola liderarem uma iniciativa que visa aumentar a colaboração entre os países membros da Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e os restantes produtores internacionais cm vista à redução da produção e à estabilização dos preços.
"Estamos preocupados com a queda nos preços", assumiu o ministro do Petróleo da Guiné Equatorial, Gabriel Lima Obiang, dando voz ao sentimento de todos os produtores africanos, que enfrentam desequilíbrios orçamentais que resultam da descida do preço do petróleo, e que por sua vez degradou o ambiente económico. "Estamos a rever o nosso orçamento por causa do preço e acolhemos favoravelmente a iniciativa de Angola e Argélia para estudar uma maneira sobre como podemos trabalhar em conjunto para estabilizar os preços no futuro", acrescentou o governante da Guiné Equatorial, citado pela edição online africana do jornal britânico The Guardian.
Dos produtores africanos, que valem cerca de oito por cento da produção mundial, apenas a Argélia, Líbia, Nigéria e Angola são membros da OPEP, e contam-se entre os que defenderam cortes na produção para fazer aumentar os preços, mas enfrentaram a oposição do maior produtor mundial, a Arábia Saudita, que se opõe a qualquer redução. "Os preços actuais são injustos e estão a ter um impacto nas economias dos países africanos", disse o ministro do Petróleo da Líbia, Mashallah Zwai, acrescentando que vai tentar "fazer com que esta voz seja ouvida para sair desta crise o mais depressa possível".
O preço de referência estava hoje a negociar-se nos mercados internacionais em valores próximos dos 56 dólares, bem abaixo do preço que o Governo de Angola estimava na versão inicial do Orçamento Geral do Estado para este ano (81 dólares), mas bem acima da revisão do preço (40 dólares).