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Embaixador de Angola em Pequim: fundo sino-lusófono flexibiliza regras para parcerias

O embaixador de Angola em Pequim disse esta Terça-feira que o Fundo de Cooperação e Desenvolvimento China-Países de Língua Portuguesa vai flexibilizar as regras de candidatura para promover mais parcerias entre empresas dos dois blocos.

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João Salvador dos Santos disse aos jornalistas acreditar que a "flexibilização dos critérios de acesso ao fundo" vai obter "resultados mais tangíveis que beneficiarão a China" e os países lusófonos.

O fundo de cooperação, no valor de quase mil milhões de euros, foi criado há quase 10 anos pelo Banco de Desenvolvimento da China e pelo Fundo de Desenvolvimento Industrial e Comercial de Macau.

Após uma reunião entre diplomatas e a liderança do fundo na Segunda-feira, vai passar a haver "um contacto directo entre os países e a gestão do fundo para discutir de forma directa projectos que sejam sustentáveis", disse o angolano.

"Queremos projectos com rentabilidade para que possamos fazer recurso ao fundo e tornar o fundo sustentável. Queremos que o fundo dure 'ad eternum'", sublinhou dos Santos.

Segundo a página do fundo, a instituição, com sede em Macau, apoiou um investimento total de mais de quatro mil milhões de dólares (3,7 mil milhões de euros) de empresas chinesas em 20 projectos em países de língua portuguesa.

A página do fundo dá como exemplo o Terminal de Contentores de Paranaguá, o maior da América do Sul, no sul do Brasil, e a barragem hidroeléctrica de São Simão, também no sul do Brasil.

As empresas interessadas em obter apoio devem garantir um investimento mínimo de cinco milhões de dólares (4,6 milhões de euros) e o fundo apenas financia 20 por cento, disse à Lusa em Maio de 2022 o presidente da Associação Comercial Internacional para os Mercados Lusófonos.

"O fundo não se aproveita nada", lamentou o empresário de Macau Eduardo Ambrósio.

João Salvador dos Santos esteve na região chinesa para uma reunião do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Fórum de Macau).

O secretário-geral do Fórum Macau, Ji Xianzheng, disse aos jornalistas, após o encontro, que ainda não há data para a realização da sexta conferência ministerial da instituição, adiada desde 2019 devido à pandemia de covid-19.

"As delegações lusófonas e a delegação da China abordaram o tema, dentro e fora da reunião. Para definir uma data, têm que primeiro conhecer as agendas políticas importantes de todos os países", disse o dirigente.

Há cerca de um mês, o líder do Governo de Macau, Ho Iat Seng, disse esperar que a conferência se realize este ano.

O Fórum Macau, que celebrou esta Terça-feira o seu 20.º aniversário, é tutelado pelo Ministério do Comércio da China, e integra delegados dos nove países lusófonos: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

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