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BNA volta a cortar taxa de juro básica de 18 para 17 por cento

O Banco Nacional de Angola voltou a reduzir a taxa de básica de juro (taxa BNA) em 1 ponto percentual, de 18 por cento para 17 por cento, decisão fundamentada com “a avaliação do comportamento dos preços”, segundo o governador do regulador angolano.

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O anúncio foi feito esta Terça-feira em Luanda após a 110.ª Reunião do Comité de Política Monetária do Banco Nacional de Angola (BNA).

"A decisão assenta no andamento da nossa economia, nomeadamente comportamento da variação de preços", disse o governador do BNA, José de Lima Massano, em conferência de imprensa.

O governador apontou a queda do índice de preços no consumidor desde Fevereiro de 2022 e sublinhou que as medidas adoptadas pelo BNA têm resultado em estabilidade e melhoria das condições de preços, pelo que não faria sentido "manter taxas de juro num sentido excessivamente conservador".

"Ainda assim avançamos com prudência, aguardamos dados de Março da inflação, mas devemos confirmar a inflação a manter o curso de recuo. Abrimos espaço para que as condições sejam alteradas do ponto de vista de liquidez e que o crédito seja concedido em melhores condições", destacou Lima Massano.

O governador afirmou que o crédito está actualmente a ser concedido em condições mais favoráveis, pelo que alguns dos projectos com taxas mais altas, que se tornavam inviáveis, têm agora nova oportunidade.

"Assistimos mais cedo do que prevíamos a uma redução generalizada das taxas de juro interbancárias, neste momento a Luibor apresenta uma taxa inferior a 9 por cento", acrescentou.

Quantos aos problemas que afectaram nas últimas semanas a banca internacional, nomeadamente o Crédit Suisse, referiu que a banca angolana "não tem exposição directa", mas admitiu que "as coisas estão interligadas".

O Comité de Política Monetária (CPM) do BNA adoptou ainda outras medidas como a diminuição da taxa de juro da facilidade permanente de cedência de liquidez de 18 por cento para 17 por cento e da taxa de juro da facilidade permanente de absorção de liquidez de 14 por cento para 13,5 por cento.

Foram também flexibilizadas as condições de liquidez no sistema financeiro, ajustando o período temporal para o cumprimento das reservas obrigatórias pelos bancos comerciais passando da base fixa diária para uma média de cumprimento quinzenal

Os coeficientes em moeda nacional e estrangeira, em 17 por cento e 22 por cento, respectivamente, mantêm-se inalterados.

Quanto ao contexto internacional, as previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI), apontam para um crescimento da economia mundial de cerca de 2,9 por cento, que será de 1,2 por cento nas economias avançadas e em torno de 4 por cento nas economias emergentes, animado pela China e pela Índia.

Para a economia da África subsaariana, espera-se um crescimento de 3,8 por cento, enquanto as previsões de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) angolano se mantiveram nos 3,3 por cento e a inflação a situar-se entre 9 e 11 por cento, tal como na última reunião do CPM.

O comité realçou ainda a trajectória descendente que se observa na inflação desde Fevereiro de 2022, tendo atingido no mês passado os 11,54 por cento, nível mais baixo desde Setembro de 2015.

As contas externas registaram um saldo superavitário de 3,13 mil milhões de dólares nos dois primeiros meses de 2023.

No final do mês de Fevereiro, as Reservas Internacionais situaram-se em 13,95 mil milhões de dólares, correspondendo a um grau de cobertura de cerca de seis meses de importações de bens e serviços.

A próxima reunião do Comité de Política Monetária realizar-se-á a 19 de Maio na cidade do Kuito, província do Bié.

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