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Caixa Angola teve em 2022 o melhor resultado de sempre e 2023 será “desafiante”

O presidente executivo do Banco Caixa Geral Angola (BCGA) disse esta Quinta-feira que a instituição obteve, no ano passado, o seu melhor resultado de sempre e mostrou-se optimista quanto à evolução da economia, apesar de considerar 2023 “desafiante”.

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Em 2022, o resultado líquido do Caixa Angola ascendeu ao montante de 34,5 mil milhões de kwanzas, um crescimento de 0,19 por cento, face ao resultado líquido do exercício de 2021, ao passo que o resultado de exploração cresceu 34,05 por cento, segundo o relatório e contas disponibilizado no site.

"Foram os melhores de sempre", salientou o presidente da comissão executiva, João Pires, justificando os resultados com o crescimento dos negócios do banco e o bom comportamento da economia angolana que levou a "um custo-risco muito baixo".

O responsável, que falava à Lusa à margem da Angola Banking Conference, subordinada ao tema "A Banca e os Desafios ESG", organizada pela revista Economia & Mercado e a consultora PwC, que decorreu esta Quinta-feira em Luanda, referiu, sobre 2023: "Pensamos que a economia vai continuar a crescer. A inflação vai cair, a queda da inflação é boa para a economia, é boa para toda a gente, mas os resultados nominais quando a inflação cai tendem a adaptar-se a essa queda", afirmou.

Por isso, este ano "é muito desafiante", admitiu, sem querer adiantar previsões.

Nos últimos dias, o sector bancário tem atravessado um período de turbulência, primeiro com o colapso do Silicon Valley Bank (SVB), nos Estados Unidos, e depois com a forte queda em bolsa na Quarta-feira do Credit Suisse.

Questionado sobre possíveis impactos para a banca angolana, João Pires lembra que se houve no passado crises que levaram inclusive ao colapso de bancos mundiais, actualmente a situação não se coloca.

"Temos uma base de capital muito sólida, aguentamos certamente qualquer crise, mas é evidente que se ocorrerem [crises], não passam ao nosso lado", disse, acrescentando que não haverá crises similares às de 2008 "nem pouco mais ou menos" e que os efeitos são "contidos".

"A subida das taxas de juro desvaloriza as carteiras de dívida pública (...) e esse problema nós não temos, nós [em Angola] não estamos a subir taxa de juros, por isso, eu não conto que estes fenómenos tenham directamente repercussões", declarou.

Quanto à descida do preço do petróleo, que caiu na Quarta-feira abaixo dos 75 dólares, preço de referência do Orçamento Geral do Estado de Angola, assinalou que o preço oscila "e os fundamentais não apontam para grandes descidas de preço", tendo em conta que se mantém a guerra na Ucrânia.

Além disso, "uma transição energética não se faz no momento", pelo que não se prevê que desça para já a procura de petróleo.

"Estejamos tranquilos, creio que ainda não é o momento de pensar que, sustentadamente, o petróleo vai entrar numa trajectória descendente", frisou.

O BCGA foi no ano passado a segunda empresa a entrar no mercado de acções angolano, alienando 25 por cento do capital, e conta actualmente com cerca de 700 accionistas.

"A operação correu muito bem, o título tem tido um bom comportamento em bolsa", comentou.

O Banco Caixa Geral de Angola realiza a 31 de Março a sua Assembleia Geral de Accionistas que irá deliberar sobre oito pontos entre os quais o relatório e contas, aplicação de resultados, eleição de um administrador independente e um vogal e remunerações dos membros dos órgãos sociais, entre outros.

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