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Artista portuguesa de origem angolana leva exposição sobre Rio Kwanza a Veneza

A artista interdisciplinar portuguesa de origem angolana Mónica de Miranda vai inaugurar em Abril, em Veneza (Itália), uma exposição que tem como obra central o vídeo “Path to the stars”, que foi filmado ao longo do Rio Kwanza.

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Com curadoria de Paula Nascimento, a mostra, uma iniciativa da associação italiana Nuova Icona e do colectivo Beyond Entropy Africa com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian, é inaugurada a 23 de Abril, como parte da programação paralela da 59.ª Bienal Internacional de Arte de Veneza, lê-se num comunicado divulgado esta Terça-feira pelo estúdio da artista.

A exposição estrutura-se em torno da obra em vídeo "Path to the stars".

"Inspirada no poema homónimo de Agostinho Neto, este vídeo foi filmado ao longo do Rio Kwanza, o rio mais longo de Angola, sendo que a vitalidade e força do ecossistema do rio funciona como uma analogia entre o corpo e a água e a sua relação com a história – o rio está directamente a história do Atlântico", lê-se no comunicado.

Este vídeo, considerado obra central da exposição, "funciona estruturalmente e conceitualmente como um rio com as suas ramificações e camadas de histórias e metáforas que se desdobram".

"No longer with the memory but with its future" ("Não mais com a memória, mas com o seu futuro", em tradução livre do inglês) inclui também trabalhos fotográficos "que exploram a relação entre feminilidade e natureza, e uma instalação com texto".

As obras expõem "um olhar de oposição para a história, desenvolvem importantes discussões sobre pertença e sobre construção de futuro no antropoceno contemporâneo".

O título da mostra "reflecte sobre as relações dialécticas entre passado, presente e futuro por meio do engajamento criativo com traços históricos como forma de projectar e imaginar novos futuros". Além disso, "apresenta uma cosmovisão em direcção a novos modos de compreensão da subjectividade humana, desenvolvendo uma discussão necessária em torno das relações entre dimensões humanas, como linguagem e política, e o ambiente em que vivemos".

O estúdio de Mónica de Miranda destaca que, "num momento em que a humanidade enfrenta vários desafios, como aumento da discriminação, aquecimento global, guerras e desastres ecológicos, 'no longer with the memory but with its future' serve como uma oportunidade de compartilhar e buscar direcções futuras por meio da reflexão criativa e da imaginação".

A exposição é complementada com uma publicação, que inclui uma introdução escrita por Vittorio Urbani e textos de Paula Nascimento, Ana Nolasco, Marisa Moorman e Yara Monteiro.

Mónica de Miranda, que nasceu no Porto em 1976, é uma artista portuguesa de origem angolana, que vive e trabalha entre Lisboa e Luanda.

Utilizando desenho, instalação, fotografia, vídeo e som, o trabalho de Mónica de Miranda é baseado em temas de arqueologia urbana e geografia pessoal.

Co-fundadora do Hangar (Centro de Investigação Artística), em Lisboa, Mónica de Miranda foi nomeada em 2019 para o Prémio EDP Novos Artistas, e em 2014 para o Prémio Novo Banco de Fotografia.

A obra de Mónica de Miranda está representada em várias colecções, tanto públicas como privadas, entre as quais a Fundação Calouste Gulbenkian, Museu Nacional de Arte Contemporânea e Nesr Art Foundation e Arquivo Municipal de Lisboa.

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