De acordo com um comunicado remetido ao VerAngola, o acordo visa apoiar directamente o cultivo de trigo e garantir o "seu escoamento através das moageiras associadas".
No âmbito do acordo, a associação – formada no ano passado pela Grandes Moagens de Angola, Lda.; Kikolo – Sociedade Industrial de Moagem, SA; e pela Carrinho Empreendimentos, Lda. – compromete-se a disponibilizar informação à fazenda acerca das necessidades de grão de trigo bem como as "especificações de qualidade do grão de trigo que os associados da AFPTA consomem e o cronograma esperado para a entrega do grão de trigo cultivado anualmente".
Por sua vez, a fazenda deverá prestar informações à associação acerca da "quantidade de grão de trigo disponível para entrega, o plano de cultivo e colheita para os anos subsequentes e ainda eventuais planos de expansão".
A fazenda também se compromete, de acordo com o comunicado, a cultivar o grão de trigo para moagem de farinha com as especificações comunicadas pela associação bem como a "vender a sua produção exclusivamente aos seus associados", conforme os termos dos contratos estabelecidos com cada um.
No memorando, a APFTA assume o papel de "agente facilitador no estabelecimento da relação comercial entre os seus associados e a fazenda" e também como um "agregador de informação" acerca do mercado e da produção interna.
César Rasgado, presidente da associação, citado no comunicado, considerou que a rubrica deste acordo "representa um avanço na promoção das relações entre os agentes da cadeia de valor da produção de farinha de trigo em Angola e enquadra-se nos esforços comuns de diversificação da economia nacional e de diminuição da dependência das importações".
Por sua vez, Alfeo Vinevala, representante da fazenda, realçou a importância de memorandos deste género para os produtores, uma vez que ajudam a garantir a comercialização da colheita.
"No fundo, do que precisamos para dinamizar o investimento realizado é garantir que o resultado das nossas colheitas nos é comprado na íntegra, a um preço adequado, e que sabemos exactamente o que estamos a produzir e com que objectivo. Esta forma de trabalhar, acredito, tornar-nos-á ainda mais ágeis e mais produtivos, o que se revelará positivo para a economia angolana", completou.
A fazenda, situada na província do Bié, conta com uma área de produção de 3000 hectares, sendo que no ano passado produziu mais de 1000 toneladas de grão de trigo.
O conflito entre a Ucrânia e a Rússia, que são dos maiores exportadores de trigo, tem originado um aumento do preço desta matéria-prima em cerca de 30 a 40 por cento, o que poderá provocar uma subida dos preços dos derivados do trigo, como por exemplo o pão.