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OMS: vacinação em África ganha novo impulso com quase sete milhões de doses administradas

Quase sete milhões de doses de vacinas contra a covid-19 foram administradas em África, onde, após meses de espera pela chegada das vacinas, muitos dos países da primeira vaga a iniciar campanhas estão a vacinar rapidamente os grupos de alto risco.

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Os países tiveram acesso a vacinas através do mecanismo Covax, acordos bilaterais e doações. Ao todo, 38 países africanos receberam mais de 25 milhões de doses de vacinas contra a covid-19 e 30 iniciaram campanhas de vacinação, refere um comunicado da Organização Mundial de Saúde (OMS) remetido ao VerAngola.

Através do mecanismo Covax – que é co-liderado pela Coligação para as Inovações de Preparação para Epidemias (CEPI), a Gavi, a Aliança para as Vacinas e a Organização Mundial da Saúde, em parceria com a Unicef – foram, até ao momento, enviadas para 27 países mais de 16 milhões de doses de vacinas.

"Embora a África tenha recebido vacinas tardiamente e em quantidades limitadas, já se fizeram grandes progressos num curto espaço de tempo. Isto deve-se à grande experiência do continente em campanhas de vacinação em massa e à determinação dos seus líderes e populações em controlar eficazmente a covid-19", afirmou Matshidiso Moeti, directora regional da OMS para a África.

"Em comparação com países de outras regiões que tiveram um acesso muito mais antecipado a vacinas, a fase inicial de disponibilização em alguns países africanos abrangeu um número muito maior de pessoas", acrescentou a responsável.

Apenas duas semanas após ter recebido vacinas da AstraZeneca financiadas pelo Covax, o Gana administrou mais de 420.000 doses e abrangeu mais de 60 por cento da população visada na primeira fase na região de Grande Acra – a mais fustigada pela pandemia. Nos primeiros nove dias, estima-se que o país terá administrado doses a cerca de 90 por cento dos profissionais de saúde.

Em Marrocos, mais de 5,6 milhões de vacinas foram administradas nas últimas sete semanas, e em Angola, as vacinas chegaram a mais de 49.000 pessoas, incluindo mais de 28.000 profissionais de saúde na última semana.

Para assegurar o maior impacto possível, as doses iniciais de vacinas estão a ser limitadas aos grupos populacionais prioritários, incluindo os profissionais de saúde, os idosos e as pessoas com problemas de saúde que apresentam um risco mais elevado de covid-19 grave. Embora a disponibilização de vacinas avance a bom ritmo, existe uma necessidade urgente de mais doses, visto que o Gana, o Ruanda e outros países estão prestes a esgotar as vacinas de que dispunham.

"Os países estão a vacinar a uma rapidez impressionante, mas temos de assegurar que este ritmo não abrande para passo de caracol" afirmou a directora, acrescentando que "são urgentemente necessárias reservas adicionais para reduzir o número de pessoas por vacinar".

Alguns países em África suspenderam ou adiaram a utilização da vacina da AstraZeneca, após a suspensão da mesma por alguns países europeus. Esta medida de precaução baseia-se em notificações de perturbações raras da coagulação do sangue em pessoas que receberam a vacina. A suspensão é relativa a um lote específico da vacina da AstraZeneca que não foi distribuído em África, explica o comunicado.

O Comité Consultivo Mundial de Segurança das Vacinas da OMS está a avaliar as notificações sobre a vacina da Oxford-AstraZeneca para compreender plenamente a situação e comunicar as suas conclusões, adiantam.

Referem, no entanto que, com base no que se sabe actualmente, a OMS considera que os benefícios da vacina da AstraZeneca são superiores aos riscos, pelo que recomenda que a vacinação prossiga.

A OMS reuniu-se em conferência de imprensa virtual, na qual esteve presente Sílvia Lutucuta, ministra da Saúde.

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