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Malanje acolhe projecto piloto de tratamento e transformação da mandioca

O ministro da Indústria e Comércio, Victor Fernandes, revelou esta Quarta-feira que o Parque Industrial Rural de Cacuso (Malanje) foi o escolhido para acolher um projecto piloto de tratamento e transformação da mandioca no país.

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O titular da pasta da Indústria e Comércio, que falava durante a abertura do webinar internacional sobre "Oportunidades e Desafios na Cadeia de Valores da Mandioca em Angola", explicou que para esta escolha foram realizados estudos que tiveram resultados muito promissores.

Os estudos, feitos pelo Instituto de Desenvolvimento Industrial de Angola (IDIA) e pela Direcção Nacional da Indústria, demonstraram que a posição geográfica de Cacuso é bastante favorável à produção de mandioca. A condição das infra-estruturas pré-existentes naquela zona também é um ponto a favor para o sucesso do projecto, refere a Angop.

O governante frisou que o país tem polos industriais rurais, alguns dos quais localizados em centros de maior produção de mandioca, e, nesse sentido, para "adiantar trabalho e aproveitar aquilo que já está feito" será usado o polo de Cacuso, em Malanje, como projecto piloto.

"É a partir daí que vamos começar, de facto, o processo de industrialização da mandioca no sentido de, criando o projecto piloto em Cacuso, partirmos daí para o resto do país, porque, felizmente, a mandioca produz-se no país inteiro", frisou.

O ministro salientou que este produto agrícola tem um conjunto de derivados, mas o país ainda não tem capacidade instalada industrial para fazer a sua produção, destacando que a aposta vai para o amido.

"É um subproduto que está também no milho, mas principalmente na mandioca, e que neste caso em particular, já tem inclusive quem pode ficar com essa produção. Porque nós inaugurámos há pouco tempo indústrias têxteis e os têxteis precisam de muito amido para fazerem as gomas dos tecidos. Temos aqui já quem compra, falta quem produz o amido", salientou.

Victor Fernandes vincou a necessidade do envolvimento de parceiros privados, tendo em conta que o objetivo é garantir que sejam eles os agentes de facto a participarem do processo produtivo.

Citado pela Angop, Victor Fernandes avançou que o potencial do país para cultivar mandioca é elevado: a produção anual ultrapassa os 10 milhões de toneladas. Números que colocam o país em terceiro lugar no continente, ficando apenas atrás da Nigéria e dos Camarões.

"Hoje num contexto mais elaborado, temos de lançar as mãos ao trabalho e estabelecer um plano nacional de aproveitamento da cadeia de valor da mandioca", frisou.

Enfatizou que Angola integra o top 15 dos maiores produtores mundiais, o que lhe permite aumentar, nos próximos anos, o seu nível de produção de mandioca.

Fez saber que o consumo deste alimento no país é resumido à farinha de bombó e musseque e, por isso, foi traçado um programa para promover e incentivar a população à compra e consumo de vários produtos e derivados da mandioca.

No webinar, que contou com a presença de várias entidades internacionais, foram também apresentadas algumas soluções de como Angola pode aproveitar a mandioca e os seus derivados em diversas áreas (indústria alimentar, produção de xaropes, entre outros). O Brasil e Argentina também partilharam as suas experiências sobre o uso deste alimento.

O país tem uma área cultivada de 1,1 milhão de hectares de mandioca, tendo na época agrícola passada sido colhidos 928.512 hectares, representando uma produção anual de 92 por cento, com uma taxa de crescimento de 2,4 por cento anual e uma produtividade média de 11,9 toneladas, liderando a produção a região norte com 66,2 por cento, seguida do centro (29,1 por cento) e o sul (4,7 por cento).

À frente da produção estão as províncias do Uíge, com cerca de 20 por cento da produção total, Malanje (14,6 por cento), Cuanza Sul (9,1 por cento), Moxico (8,7 por cento) e Lunda Sul (6,8 por cento).

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