"A decisão de congelar todos os bens de Isabel dos Santos em Portugal é um passo importante rumo à Justiça", disse a directora executiva da organização não-governamental (ONG) Transparência Internacional em Portugal, Karina Carvalho.
No entanto, acrescentou que "continua por esclarecer porque é que as autoridades portuguesas não cumpriram os pedidos de cooperação judicial" feitos pelas autoridades angolanas.
"Não só parece que há uma falta de vontade política em Portugal para promover activamente a devolução do dinheiro roubado às pessoas a quem pertence, como o sistema judiciário parece mal preparado para lidar com a lavagem de dinheiro, particularmente relativamente à recuperação dos activos roubados", disse Karina Carvalho, num comunicado enviado à Lusa.
Em Fevereiro, as autoridades judiciais portuguesas ordenaram o congelamento das contas bancárias de Isabel dos Santos no seguimento de um pedido das congéneres angolanas "para ajudar o país a recuperar mais de 2 mil milhões de dólares em activos roubados", lembrou a Transparência Internacional.
"Esta nova decisão estende-se a várias propriedades e acções de empresas que Isabel dos Santos alegadamente tem em Portugal, e vai ajudar a garantir que ela não lucra com a venda das acções no banco Eurobic, por exemplo", notou a ONG.