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Luanda Leaks: Banco de Portugal termina inspecção ao EuroBic ainda em Março

O governador do Banco de Portugal (BdP), Carlos Costa, disse esta Quarta-feira no parlamento que a inspecção em curso ao EuroBic, banco de que Isabel dos Santos é accionista, será terminada ainda em Março.

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A inspecção "será concluída ainda neste mês de Março", disse o governador, em audição na Comissão de Orçamento e Finanças (COF) do parlamento português, que decorre esta Quarta-feira em Lisboa.

Segundo o responsável máximo do banco central, "o Banco de Portugal trata diligentemente e de forma sistemática todas as denúncias que lhe são comunicadas", mas admitiu que "não vai necessariamente partilhar com um denunciante as diligências que foram feitas".

Na sequência da inspecção em curso, Carlos Costa afirmou que vai ser avaliado "qual o comportamento das operações e qual foi o seguimento dado em termos de comunicação às autoridades", por parte do EuroBic, das transferências envolvidas nos 'Luanda Leaks'.

O principal caso à volta dos 'Luanda Leaks' está relacionado com ordens de transferência de uma conta da Sonangol no EuroBic, sediado em Lisboa, para uma empresa 'offshore' no Dubai, alegadamente controlada por Isabel dos Santos, no montante de cerca de 90 milhões de euros, em cerca de 24 horas, num período de tempo que se seguiu à demissão da empresária da liderança da petrolífera.

A inspecção do BdP "tem a ver com a forma como foi transmitida a ordem e saber se foi devidamente escrutinada, e com os procedimentos internos que se passaram a seguir a esse escrutínio", acrescentou, mais tarde, Carlos Costa.

O governador afirmou ainda que "só" no momento final da avaliação "é que as consequências serão tiradas" por parte do supervisor.

A idoneidade dos accionistas do banco "pode e deve ser reavaliada em função da averiguação que está em curso relativamente às operações que foram conhecidas na sequência dos Luanda Leaks".

"Agora falta saber se eram do conhecimento da administração do EuroBic", acrescentou, dizendo que "convém verificar se os mecanismos de controlo destas operações estavam informados dessa operação, e se os ignoraram".

Apesar da inspecção actualmente em curso, Carlos Costa assegurou também aos deputados que a instituição que lidera actuou "logo que conhecido o arresto das contas" de Isabel dos Santos em Angola, ainda em Dezembro, e não na data de divulgação do Luanda Leaks, em Janeiro.

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