“A última vez que houve um excedente global desta magnitude foi nunca”, disse Jim Burkhard, vice-presidente e director do departamento do petróleo na consultora IHS Markit.
Segundo acrescentou Burkhard, citado pela agência de informação financeira Bloomberg, “antes, o último período de excedente que durou um semestre neste século resultou num excesso de oferta de 360 milhões de barris, mas o que aí vem será o dobro disso ou mais”.
Numa nota enviada aos investidores, a consultora diz que este é o cenário mais provável se a guerra de preços entre a Rússia e a Arábia Saudita continuar e mantiver o preço do petróleo a rondar os 30 dólares por barril, cerca de metade do valor registado no início do ano.
A redução dos preços do petróleo é especialmente difícil para países como Nigéria, Angola ou a Guiné Equatorial, que colocaram o petróleo no preço a rondar os 55 dólares por barril, e que dependem fortemente das receitas de exportação petrolífera para equilibrar os orçamentos e financiar a despesa pública, nomeadamente de infraestruturas para o desenvolvimento económico.
A redução dos preços do petróleo está também ligada à pandemia do novo coronavírus, que fez abrandar significativamente a actividade económica e, consequentemente, a procura de combustíveis.