Ver Angola

Cultura

Cores do Carnaval alegram dia cinzento em Luanda, mas com poucos foliões na rua

Num dia cinzento, as cores vibrantes do Carnaval alegraram esta Segunda-feira Luanda, com o regresso dos grupos carnavalescos à Nova Marginal no pós-pandemia, apesar da escassa adesão popular e reduzido número de foliões a celebrar na rua.

: Ampe Rogério/Lusa
Ampe Rogério/Lusa  

Numa Segunda-feira de "ponte", muitos luandenses terão certamente aproveitado o feriado para passar o fim-de-semana prolongado fora da capital e não se vêem mascarados na rua.

Junto à baía de Luanda, na Nova Marginal, local escolhido para o desfile, apenas as tribunas, de acesso pago ou reservadas a membros do executivo angolano e outras individualidades, estavam preenchidas na tarde desta Segunda-feira.

Apesar de algumas barraquinhas de comes e bebes faltava animação popular e poucos foliões circulavam pelo recinto exterior ou se posicionavam juntos às grades, desinteressados do ritmo e da batucada que os grupos carnavalescos, que disputam o primeiro prémio levaram até à Nova Marginal.

Entre os espectadores das tribunas encontravam-se ilustres, como o Presidente da República João Lourenço e a primeira-dama, Ana Dias Lourenço, bem como o governador de Luanda e o ministro da Cultura, e anónimos entusiastas como o australiano Rowan, que assistia ao desfile apenas um dia depois de chegar a Angola, país onde está pela primeira vez.

"Isto é fantástico, a música é tão contagiante, não se parece com nada que eu já tenha visto", diz o viajante e empresário turístico que trouxe consigo um grupo de mais de duas dezenas de estrangeiros, comparando o de Luanda com outros Carnavais pelo mundo.

"Aqui é mais especial, é único, vale mesmo a pena ver" garantiu o australiano.

"Este é a maior festa de Carnaval em África, que é um grande continente com muitos países, e isto torna-o muito especial", acrescentou.

Rowan, que gere uma agência de viagens, disse à Lusa que prefere trazer os seus clientes a sítios únicos e menos turísticos, entre os quais Angola se enquadra perfeitamente. E espera explorar muito mais do país durante as quase duas semanas que vai passar com o seu grupo em Angola, complementou.

Adão Cumba está também numa das tribunas a assistir, pela primeira vez, ao Carnaval e mostra-se agradado.

"Estou a gostar do ambiente, do público, do que estou a assistir. O Carnaval é uma festa para todos, é muita animação", disse o jovem, ensaiando uns passos de dança para os amigos.

Joana António está acompanhada de duas amigas, é fã do Carnaval e espectadora habitual do desfile.

"É muito diferente, nós dançamos, pulamos, é alegria" diz, quando lhe perguntam o que diferencia este de outros Carnavais que se celebram em todo o mundo.

E promete que ainda vai "pular, e muito" após o desfile.

Cada grupo leva diferentes estilos de dança – semba, kazucuta, cabecinha são alguns do que vão mostrar – e cantam na sua maioria em quimbundo, expressando as suas raízes culturais.

Quanto ao júri além da Canção e da Coreografia, terá de avaliar a Alegoria, o Traje, a Corte e Falange de Apoio, para decidir quem será o campeão deste ano da classe A (adultos).

O desfile começou pelas 17h00, mas só terminou de noite, após a passagem dos 13 grupos: União Twabixila, União Sagrada Esperança, União Kiela, União Povo da Quiçama, União Njinga Mbande, União Mundo da Ilha, União Recreativo Kilamba, União Etu Mudietu, União 10 de dezembro, União 54, União Jovens da Cacimba, União Amazonas do Prenda, União Giza.

Relacionado

Permita anúncios no nosso site

×

Parece que está a utilizar um bloqueador de anúncios
Utilizamos a publicidade para podermos oferecer-lhe notícias diariamente.