Os docentes estão em greve "por tempo indeterminado", exigindo aumentos salariais e melhores condições laborais.
Segundo o secretário-geral do Sindicato Nacional dos Professores do Ensino Superior (Sinpes), Eduardo Peres Alberto, a paralisação teve início a 3 de Janeiro de 2022 e surgiu devido ao "incumprimento do memorando" de entendimento assinado em Novembro de 2021 com a tutela, defendendo uma resolução urgente da situação.
Numa nota assinada pelo seu presidente, Serra Bango, a AJPD insta o chefe do executivo a mudar, "de uma vez por todas, a postura e atitude do poder executivo em relação ao ensino, tomando as medidas que se impõem para reverter o actual quadro do ensino superior em Angola".
A organização não-governamental considera que o actual estado da educação em Angola representa uma denegação do direito ao ensino, tendo em conta que o Presidente da República e outros agentes públicos têm apresentado "um quadro arrasador" do sistema de ensino.
Critica ainda a inexistência de "políticas públicas com resultados impactantes no que diz respeito à concretização do direito ao ensino de qualidade", estando o actual executivo de Angola, que tem eleições gerais agendadas para agosto, em final de mandato.
O Sinpes tem lamentado a falta de respostas concretas para se ultrapassar a greve dos docentes, após uma "fracassada" ronda negocial com o Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação.
O Movimento dos Estudantes Angolanos (MEA) anunciou uma manifestação para 5 de Fevereiro a favor do retorno das aulas nas universidades públicas, devido à greve dos docentes, desde 03 de Janeiro, que pode "condicionar os exames".
Segundo o movimento estudantil, a manifestação a favor do regresso das aulas nas instituições públicas do ensino superior em Angola surge "em defesa dos estudantes que continuam penalizados".