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Estado perde por ano 700 milhões de dólares por não aproveitar lixo

Angola está a perder anualmente cerca de 700 milhões de dólares, por não valorizar as 6,3 milhões de toneladas de lixo produzidas por ano em todo o país, metade das quais só em Luanda, informou o Governo.

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O ministro da Economia e Planeamento, Sérgio Santos, anunciou esta Sexta-feira aos jornalistas no final da reunião da Comissão Económica do Conselho de Ministros, orientada pelo Presidente João Lourenço, em que foi aprovado um projecto de gestão do aterro sanitário dos Mulenvos, em Luanda, que vai se transformar num Centro de Valorização de Resíduos Sólidos, com parceria público-privada.

Um estudo governamental indica que Angola possui por ano 6,3 milhões de toneladas de lixo anualmente, das quais, 3,3 são geradas em Luanda.

Sérgio Santos disse que vai ser lançado, brevemente, um concurso, que vai atrair investidores nacionais ou estrangeiros, "para transformar o que é hoje um depósito de lixo num centro de valorização e resíduos sólidos".

"O horizonte temporal de implementação destas medidas é até Junho de 2021 e vai reduzir uma parte das despesas que hoje o Estado tem. Ainda assim, o Estado continuará a ter os gastos a seu nível, mas vamos dinamizar aqui a valorização dos resíduos", referiu o ministro.

O governante anunciou uma linha de financiamento para apoiar a cadeia de valor de valorização e resíduos, que vai aproveitar 45 por cento para matérias-primas, 35 por cento para fertilizantes e os 20 por cento restantes para geração de energia.

"E, obviamente, vender a energia à rede e o conjunto de iniciativas legais e normativas para organizar este segmento que vai se tornar um negócio. Segundo os nossos estudos, estamos a falar de um mercado de cerca de 460 mil milhões de kwanzas, é o mesmo que dizer que, por não valorizarmos os nossos resíduos sólidos, o país perde qualquer coisa como metade de um bilião de euros por ano", frisou.

O governo de Luanda anunciou, a 12 de Fevereiro, o lançamento de novos concursos públicos para concessão do serviço público de limpeza, após suspender contratos com operadoras do lixo por dívida de 246 mil milhões de kwanzas.

Em finais de Dezembro passado, as autoridades locais rescindiram contratos com seis operadoras de limpeza e recolha de resíduos em Luanda, sobretudo por incapacidade de liquidar a dívida em kwanzas, indexada ao dólar.

Como consequência, a capital, com mais de oito milhões de habitantes, foi invadida pelo lixo que se acumula nos bairros, ruas e mercados, levando os munícipes a temer pelo agravamento dos problemas de saúde.

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