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João Lourenço e António Guterres discutiram resultado de minicimeira regional

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, e o Presidente João Lourenço, discutiram esta Terça-feira os resultados da minicimeira da Conferência Internacional para a Região dos Grandes Lagos, destinada a avaliar a situação na República Centro-Africana (RCA).

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Segundo uma nota divulgada pela Presidência, a conversa, realizada por telefone "ao meio da tarde", foi a segunda "no intervalo de duas semanas" em que Lourenço e Guterres analisaram a "problemática da instabilidade político-militar" na RCA.

De acordo com o comunicado, os dois líderes abordaram as conclusões da minicimeira da Conferência Internacional da Região dos Grandes Lagos (CIRGL), realizada no passado dia 29 de Janeiro em Luanda.

Na ocasião, a CIRGL considerou que o "agravamento da situação" na RCA constitui uma "forte ameaça à segurança e estabilidade" da sub-região, principalmente dos países vizinhos.

Num comunicado divulgado após a cimeira, os chefes de Estado e de Governo dos países que compõem esta organização manifestaram preocupação com "o agravamento da situação de segurança" do país através da "persistência de acções militares perpetradas pelas forças rebeldes".

"A situação actual na República Centro-Africana representa uma forte ameaça à segurança e estabilidade na sub-região e, principalmente, nos países vizinhos da República Centro-Africana", sublinharam então os 'Grandes Lagos'.

Os líderes dos países que representados na CIRGL "reiteraram a validade das eleições" que decorreram a 27 de Dezembro e que "proclamaram Faustin Touadéra como Presidente eleito, e, por conseguinte, não permitirão que os actores que se opõem aos resultados tomem o poder pela força".

A cimeira também conferiu "mandato aos presidentes em exercício da CIRGL e da CEEAC [Comunidade Económica dos Estados da África Central] a efectuar diligências necessárias junto do Conselho de Segurança das Nações Unidas para o levantamento do embargo de armas" sobre a RCA.

Angola defendeu, em Fevereiro do ano passado, em Nova Iorque, a suspensão do embargo de armas contra a RCA, decretado pela ONU em 2013 para o evitar confronto entre as forças de segurança daquele país e os grupos armados, materializado na Resolução 2536.

Os Estados-membros da Conferência Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos são: Angola, Burundi, RCA, Congo, República Democrática do Congo, Quénia, Ruanda, Sudão, Sudão do Sul, Tanzânia, Uganda e Zâmbia.

A organização, actualmente presidida por João Lourenço, espera voltar a reunir-se nos próximos dias para abordar, mais uma vez, a situação na RCA.

A RCA caiu no caos e na violência em 2013, após o derrube do então chefe de Estado, François Bozizé, por grupos armados reunidos na Séléka, o que suscitou a reacção de outras milícias, agrupadas numa coligação anti-Balaka.

Desde então, o território centro-africano tem sido palco de confrontos comunitários entre estes grupos, que obrigaram quase um quarto dos 4,7 milhões de habitantes da RCA a abandonarem as suas casas.

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