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A importância da informação financeira: sector dos seguros é o que menos informa

Michel Pedro

Gestor

A minha curta passagem pelo jornalismo permitiu entender o quão é importante a informação financeira para a continuidade das actividades e a avaliação do desempenho de uma entidade, o meu antigo diretor do jornal Expansão, o jornalista e economista Carlos Rosado de Carvalho, um renomado na profissão, mostrou-se sempre o defensor do hábito de informar.

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De acordo com alguns especialistas, o principal aspecto a considerar na informação financeira é a sua utilidade, estando a importância da informação financeira diretamente relacionada com a utilidade que lhe é atribuída.

Neste texto, não faço análise legal sobre a obrigatoriedade das instituições financeiras se comunicarem com seus mais variados utentes, dentre eles investidores, clientes e fornecedores.

A importância da informação financeira transcende o “simples” facto de a lei obrigar, pois, um dos principais objectivos das demonstrações financeiras é o de proporcionar informação útil a um vasto leque de utentes na tomada de decisões económicas, designadamente por proporcionar informação sobre a posição financeira, o desempenho e alterações na posição financeira da empresa.

Ao longo dos meus 1095 dias de trabalho como jornalista económico, pude ter contacto com uma quantidade de informação financeira infindável da banca. Sendo que o mesmo não se pode dizer do sector dos seguros.

As informações financeiras dos bancos autorizados pelo Banco Nacional de Angola (BNA) a operar no nosso mercado eram/são facilmente obtidas por meio das apresentações em conferências de imprensa ou a posterior nos seus sites.

Enquanto jornalista económico, participei em muitos eventos de apresentações de relatórios e contas de instituições financeiras bancárias e pouquíssimas vezes em eventos similares das instituições financeiras não bancárias (seguradoras).

Se informar o desempenho financeiro passado e a posição financeira presente são um factor importante para tomadas de decisões para os utentes, as seguradoras que operam no mercado nacional pecam por não disponibilizarem ou dificultar a obtenção de tais informações.

Tal afirmação é sustentada pelas razões já mencionadas acima, a não publicação de relatórios e contas em canais apropriados, como nos sites por exemplo, que mesmo estando poucos deles a funcionar, não têm informação financeira disponível.

O mercado segurador angolano consta da lista daqueles que apresentam níveis bastante baixos de adesão de consumidores aos serviços. Se por um lado, o nível de desemprego influencia muito, uma vez que só é possível estar assegurado quando se tem algum rendimento, por outro, a fraca informação financeira ou da importância destes serviços contribui imensamente para a estagnação do sector.

Operam no país 27 empresas do sector, dentre elas de seguros e resseguros, garantidamente pouco menos da metade apresenta sua posição financeira, pelo menos publicamente não.

O que se ganha com a produção de conteúdo para o sector financeiro

A confiança e segurança constituem os principais elementos que utentes da informação financeira buscam. Entretanto, a produção de conteúdo para o sector financeiro, de acordo com especialistas da comunicação e marketing, traz consigo benefícios para a empresa, nomeadamente: atingir o público-alvo; tráfego; nutrição de relacionamento com consumidor; educação do consumidor, etc.

Opinião de
Michel Pedro

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