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Estudo coloca “impunidade” e “má colocação de professores” entre os problemas do ensino

Um estudo sobre a qualidade do ensino não universitário em Angola, divulgado esta Quarta-feira, considera que a "má colocação de professores" e a "impunidade" constituem alguns dos "sete pecados” do ensino no país nos últimos 27 anos.

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Segundo o estudo elaborado pela Associação de Registos de Informações e de Acontecimentos nas Localidades (Asareal), entre 2017 e 2019, a má supressão nos currículos em vários níveis de ensino não universitário também concorreram para a decadência do ensino.

"Foram suprimidos conteúdos muito relevantes naquele período, ou seja, o estudante do I, assim como do II ciclo, não consegue, por exemplo, fazer uma redução das medidas de comprimento e as medidas de capacidade, assim como as de peso", indicou.

Para o presidente da Asareal, Valdemar Vela, que apresentou o relatório, em Luanda, as actuais debilidades que dos estudantes, como a "incapacidade de reduzir medidas de comprimento" constituem apenas uma "ponta do iceberg" de todas as deficiências que os mesmos apresentam.

O estudo, centrado maioritariamente em Luanda, inquiriu mais de 7000 professores e 21.000 estudantes do ensino geral.

A má colocação de professores em disciplinas que não sejam das suas especialidades é também, segundo o estudo, um dos pecados capitais que enferma ao sistema de ensino angolano, acrescentado à fraca remuneração e à falta de incentivo ao corpo docente.

"Na altura, a remuneração era muito miserável, agora nem tanto assim, quando o Estado respondeu com o estatuto da carreira docente passou para um salário que ainda não é o aceitável", apontou.

De acordo com Valdemar Vela, os professores em todo o sistema de ensino, sobretudo o não universitário, "são obrigados a aprovar mais de 80 por cento dos seus estudantes, quer saibam ou não", situação que "trouxe grandes problemas para o país".

A "culpabilização do professor" de todo o mal do ensino em Angola, a "arrogância ao extremo", maioritariamente, por membros das direcções de escolas, direcções municipais e a "falta de responsabilização e fiscalização", que dá azo para a "consumação da impunidade" são, na perspectiva do estudo, outros pecados do sistema de ensino em Angola.

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