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Defesa

Empresa de “Zenu” terá falsificado documentos para criar a Mais Financial Service

Jorge Gaudens Pontes terá constituído a Mais Financial Service – empresa em que José Filomeno “Zenu” dos Santos era representado por Jorge Gaudens Pontes e que fez parte do consórcio que recebeu 500 milhões de dólares do Banco Nacional de Angola (BNA) – usando funcionários das suas empresas. Os funcionários faziam parte da lista de sócios da Mais Financial Service, permitindo assim avançar com a constituição da empresa.

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A revelação foi feita na Quinta-feira, em tribunal, durante o julgamento do 'Caso 500 Milhões', por António Soares da Gama e Anselmo Eduardo Salvador, os declarantes ouvidos na sessão.

De acordo com António Gama, o seu nome consta na lista de accionistas da Mais Financial Service. Contudo, António Soares da Gama demonstrou não estar por dentro do assunto. De acordo com o Jornal de Angola, o declarante afirmou que não sabe onde fica localizada a sede da empresa e que, apesar do seu nome constar nas actas das reuniões da empresa, nunca esteve presente.

António Gama disse ainda que as actas não foram assinadas no final das reuniões, mas sim na empresa GPS – pertencente a Jorge Gaudens Pontes e onde era apenas um mero funcionário.

"Não sabia quais eram as minhas acções nem sabia o capital social da sociedade de que era accionista", disse, acrescentando que também não sabe qual foi o cartório que certificou a sua assinatura para a empresa ser constituída.

Anselmo Eduardo Salvador, que trabalha na empresa Transcoorp, também de Jorge Gaudens Pontes, apoiou a tese de António Soares da Gama, dizendo que tinha sido chamado para fazer parte da constituição da empresa, mas que pouco tempo depois deixou a lista de accionistas: "Encontrei a procuração já feita no escritório" da Transcoorp e "só assinei", revelou.

Anselmo disse ainda esta não foi a primeira vez que lhe pediram para assinar documentos deste género e, de acordo com o mesmo jornal, não perguntou que documentos eram aqueles porque tinha confiança em Jorge Gaudens.

O julgamento será retomado na Terça-feira, com a audição de Manuel Nunes Júnior, ministro de Estado para a Coordenação Económica.

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