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Comprar escritórios em Luanda é alternativa à desvalorização cambial

A aquisição de escritórios em Luanda está a ser encarada como uma forma de protecção dos investidores face à desvalorização do kwanza, mas ainda insuficiente para travar as quebras no negócio, que chegaram aos 30 por cento em 2017.

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A informação consta de uma análise ao mercado (2017/2018) feita pela consultora imobiliária Pro-Prime, que perspectiva que em 2018 "deverá manter-se a tendência de aquisição de escritórios como investimento de refúgio face à desvalorização do kwanza", no mercado de Luanda.

O levantamento da Pro-Prime, consultado esta Quarta-feira pela Lusa, indica que o valor médio de cada metro quadrado (m2) de escritórios novos na zona central da cidade de Luanda desceu para 6000 dólares em 2017, uma quebra de 6,25 por cento face a 2016, enquanto o valor do aluguer de cada m2 caiu 12,5 por cento, para 70 dólares mensais por m2.

A consultora aponta que o mercado de escritórios em Luanda "continuou a perder dinamismo" em 2017, cenário "influenciado pela desaceleração da economia e saída de empresas internacionais", sendo que a "absorção de espaços tem sido reduzida, o que tem pressionado preços e rendas em baixa".

No resto da cidade, fora da baixa e outras zonas centrais, o valor médio por m2 de cada escritório novo desceu 21,1 por cento em 2017, para 4138 dólares, enquanto o aluguer mensal caiu 28,5 pro cento, para 50 dólares por m2.

Citado no estudo, Valdire Coelho, o director da Pro-Prime explica que a crise cambial "e a saída dos expatriados" de Angola tem "pressionado o mercado imobiliário em baixa, com a actividade hoje sobretudo direccionada para o cliente doméstico".

"Será um ano [2018] desafiante para o imobiliário, face às perspectivas traçadas para o desenvolvimento económico e ao clima da incerteza e expectativa que ainda predomina entre os agentes do sector", admite Valdire Coelho.

Já comprar escritório fora da cidade, na área designada como Luanda Sul, a cerca de 15 quilómetros do centro da capital, custava em média, no final de 2017, cerca de 3600 dólares por m2, uma quebra de 20 por cento no espaço de um ano, enquanto o aluguer mensal desceu 25 por cento, para 45 dólares por cada m2.

"Contudo, é notória a crescente capacidade de adaptação da promoção e investimento imobiliário ao novo momento do mercado, cujos principais efeitos devem começar a fazer sentir-se em 2018", admite o director da Pro-Prime.

O estudo aponta ainda que o valor médio dos apartamentos no centro de Luanda desceu seis por cento em 2017, para 925.000 dólares, enquanto nos arredores a queda foi de 10 por cento, para 790.000 dólares.

"A retracção da procura de casas por parte dos expatriados, devido ao reajustamento da presença de muitas multinacionais no país, alterou o paradigma da procura deste tipo de imóveis. Os compradores domésticos são agora o público mais activo e denota-se uma maior apetência por tipologias maiores. Do lado da oferta, os promotores adaptam-se, com a maior aposta em moradias de tipologias T4 e produtos nos segmentos médio e médio-baixo", refere o estudo da consultora.

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