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FMI diz que Angola não precisa de assistência financeira

O Fundo Monetário Internacional (FMI) não vê necessidade de um apoio financeiro a Angola, devido à quebra na cotação do barril do petróleo, mas adverte que, para ultrapassar as dificuldades, é necessária uma distribuição dos sacrifícios. A posição foi assumida pelo chefe da missão de assistência técnica do FMI a Angola, Ricardo Velloso, na conclusão de uma semana de reuniões de trabalho com o executivo angolano, no âmbito da supervisão financeira do país.

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Questionado pela Lusa, após a reunião final com vários membros do Governo, no Ministério das Finanças, o economista brasileiro afirmou que um apoio financeiro do FMI a Angola, como aconteceu depois da crise petrolífera de 2009, não foi abordado desta vez. "Angola é um país muito importante para o FMI e, neste momento, o apoio, através deste diálogo e através do nosso programa de assistência técnica, está tendo efeitos muito positivos no país e não vemos, no momento, necessidade de um apoio financeiro", disse.

Em menos de um ano, trata-se da quarta visita de técnicos do FMI a Angola, desta vez para preparar a consulta anual no âmbito do artigo IV do Acordo Constitutivo com aquele organismo internacional, a realizar no início do segundo semestre de 2015. Esta visita decorre em pleno processo de revisão do Orçamento Geral do Estado (OGE) angolano para este ano, motivado pela forte quebra na cotação internacional do barril de petróleo. O documento, que é votado na Assembleia Nacional, na generalidade, na quarta-feira, corta mais de 25 por cento da despesa corrente e revê a cotação prevista da exportação do barril de petróleo de 81 para 40 dólares.

"As nossas impressões são de que Angola vai realmente passar por um ano difícil e é preciso que todos os angolanos contribuam para o ajuste fiscal que está sendo feito. É muito importante para que isso dê certo. O Governo tomou medidas importantes nesse sentido", assumiu o chefe da missão do FMI. Referindo-se à revisão do OGE, Ricardo Velloso admitiu tratar-se de um documento "duro", mas "positivo". "Infelizmente são as medidas necessárias", apontou.

Sobre a nova estimativa do barril de petróleo - utilizada para calcular as receitas fiscais potenciais -, que está abaixo da cotação internacional actual (próxima dos 60 dólares por barril), Velloso disse tratar-se de uma "medida acertada", dada a "volatilidade" do mercado. Garantindo que Angola "tem um futuro brilhante à sua frente", o chefe desta delegação do FMI apontou a necessidade da "melhoria do clima de negócios" no país e a conclusão dos investimentos nas infraestruturas do país, para que estes se tornem reprodutivos na economia.

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