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AngoCultiva quer “criar soluções sustentáveis para a agricultura” e “ser uma referência” no país

A AngoCultiva, uma start-up que opera no domínio agrícola, pretende “criar soluções sustentáveis para a agricultura”, revelou José Coio, co-fundador da start-up, que salientou que desejam “ser uma referência” no país.

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A start-up, que nasceu pelas mãos de estudantes universitários, tem como principal objectivo conceber "soluções sustentáveis para a agricultura".

"A AngoCultiva é uma start-up que actua no sector agrícola aqui em Angola e tem como principal objectivo criar soluções sustentáveis para a agricultura", disse José Coio, aluno de Engenharia Química no Instituto Superior Politécnico de Tecnologias e Ciências e igualmente aluno de Engenharia de Petróleo na Universidade Agostinho Neto, em entrevista à RFI.

O responsável explicou que, numa primeira fase, iniciaram um "estudo de campo" para analisar quais os problemas que existem no país a nível da agricultura, tendo assinalado a falta de fertilizantes como uma das questões a solucionar. "Começámos por ver que um dos problemas é a falta de fertilizantes, que os agricultores não têm acesso. Nós aqui em Angola não temos ainda nenhuma indústria de fertilizantes, então os agricultores compram os fertilizantes a um preço muito elevado", disse o responsável à RFI.

Assim, como maneira de resolver esse problema, começaram "até a fazer a produção de adubo", indicou, acrescentando que "a produção de adubo já é feita pelos agricultores locais só que (...) o tempo é muito elevado, varia de dois a seis meses, para os agricultores terem os adubos".

Desse modo, começaram a pensar como conseguiriam encurtar esse tempo, tendo começado "a fazer o desenvolvimento de uma máquina de compostagem acelerada", ou seja, quando adicionam resíduos orgânicos é possível "obter aquele adubo em menos tempo", esclareceu, citado pela RFI.

Em declarações à RFI, José Coio indicou que se encontram em "fase de validação da máquina", estando a tentar identificar qual a quantidade de resíduos orgânicos que é possível colocar na máquina e qual a quantidade de adubo orgânico que se conseguirá produzir. O "agricultor tendo essa máquina conseguirá aumentar a eficiência da produção", adiantou.

Sobre a compra deste tipo de aparelhos por parte dos agricultores, indicou que em "princípio os agricultores não têm como comprar essas máquinas", mas irão produzir as máquinas e irão "fazer uma espécie de prestação de serviço". "Tendo essa máquina numa localidade nós conseguiremos produzir em massa para os agricultores", não tendo assim "necessidade de comprar a máquina, tendo a máquina apenas na localidade eles poderão comprar apenas o adubo", acrescentou, citado pela RFI.

Entre os projectos da AngoCultiva, consta igualmente uma solução em que pretendem "produzir biofertilizantes a partir de bactérias", indicou José Coio em entrevista à RFI, onde evidenciou igualmente o facto de a start-up ter participado no ClimateLaunchpad 2022, após terem ganhado o ClimateLaunchpad Angola, tendo explicado que o ClimateLaunchpad se trata do "maior concurso verde do mundo, que junta as start-ups que estão a desenvolver soluções sustentáveis".

José Coio disse ainda que desejam "ser uma referência" e ajudar os agricultores: "Nós queremos ser uma referência aqui, a nível nacional, e com a nossa start-up ajudar os agricultores a produzirem mais porque temos vários problemas ao nível de produção de alimentos. Queremos que a AngoCultiva seja uma referência no sector agrícola", indicou, em declarações à RFI.

José Coio já se encontrava familiarizado com o mundo das start-ups, uma vez que criou uma outra designada "Estudante Carneiro", que consiste em auxiliar os estudantes a "atingir o sucesso na fase académica", indicou à RFI.

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