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Saúde

Financiamento da erradicação da doença do sono em África permite alargar intervenção a Angola

As estratégias de erradicação da doença do sono em vários países africanos vão ser financiadas com mais 7 milhões de dólares, para prolongar por mais três anos a intervenção e alargá-la a países como Angola, foi anunciado esta Terça-feira.

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A parceria que apoia a eliminação da forma gambiana de tripanossomíase humana africana (THA) – reunida no programa Trypa-NO!, liderado pela FIND, associada ao Instituto Nacional Francês de Investigação para o Desenvolvimento Sustentável (IRD) e à Escola de Medicina Tropical de Liverpool (LSTHM) – recebeu 6,8 milhões de dólares da Fundação Bill & Melinda Gates e subsídios do cantão suíço de Genebra que elevam o montante total de financiamento acima dos 7 milhões de dólares e garantem mais três anos de vida ao projecto, de acordo com comunicado divulgado esta Terça-feira.

A parceria Trypa-NO!, lançada em 2016, assenta numa combinação de esforços para erradicar a doença do sono através da integração do diagnóstico, tratamento e controlo da mosca tsé-tsé, em países como o Chade, Costa do Marfim, Guiné-Conacri e Uganda, estratégia que será alargada a partir do início deste ano a Angola, República Centro-Africana, Serra Leoa e Sudão do Sul.

"O financiamento adicional do cantão de Genebra permitirá ainda a continuação do apoio aos programas nacionais de eliminação na República Democrática do Congo (RDCongo) e em Angola", destaca o comunicado da FIND, um grupo global sem fins lucrativos que liga países e financiadores para estimular a inovação diagnóstica no âmbito dos sistemas de saúde nacionais.

Nas últimas duas décadas, a Organização Mundial da Saúde (OMS) inscreveu a eliminação da THA entre o grupo das suas principais prioridades. A doença, transmitida pela picada da mosca tsé-tsé, pode ser fatal, se for ignorada e não for tratada.

A THA é endémica em 36 países da África subsaariana e afecta principalmente pessoas que vivem em zonas remotas e rurais, o que faz da monitorização da doença um desafio.

As estratégias de erradicação da doença implementadas desde o início do século saldam-se por uma diminuição "drástica" do número de casos, de 30.000 infecções estimadas para menos de 1000 casos anuais desde 2018, em particular na África Ocidental e Central, onde se encontra a forma gambiana da THA, e tornaram a sua eliminação "um objectivo realista", de acordo com o comunicado.

O apoio à Trypa-NO!, anunciado esta Terça-feira, Dia Mundial das Doenças Tropicais Negligenciadas, garantirá que "mais países possam beneficiar de estratégias de eliminação adaptadas que utilizem as mais recentes ferramentas desenvolvidas para diagnóstico, tratamento, controlo vectorial e gestão de dados", sublinhou o coordenador da parceria, Sylvain Biéler, citado na declaração.

Andrew Hope, director do programa de Alvos Minúsculos na LSTM sublinhou que "a eliminação da doença do sono como um problema de saúde pública na Costa do Marfim e no Uganda foi um enorme sucesso para a parceria" e a fase seguinte "é fundamental para assegurar que estes ganhos sejam sustentados e que continuamos a avançar no sentido da eliminação noutros países afectados".

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