A capital, com mais de oito milhões de habitantes, produz uma média anual 3,3 milhões de toneladas de resíduos sólidos, de acordo com um estudo realizado pelo Ministério da Economia e Planeamento, que aponta ainda que 45 por cento dessa produção de lixo tem potencial de reutilização como matéria-prima para a indústria, 35 por cento como fertilizantes e os restantes 20 por cento para a produção de energia.
O Governo estima um investimento de cerca de 70 milhões de dólares para a requalificação do aterro, de forma a transformá-lo num centro de valorização de resíduos. Para o ministro da Economia e Planeamento a "primeira grande oportunidade de investimento" no sector de resíduos sólidos produzidos em Luanda está neste activo.
Na primeira fase do concurso para a gestão do aterro inscreveram-se um total de 25 empresas, mas apenas 11 enviaram os documentos necessários para a Comissão de Avaliação analisar as suas capacidades técnicas e financeiras. Mais tarde, a escolha dividiu-se entre três concorrentes. Destes, duas empresas seriam nacionais e uma estrangeira.
A escolha recaiu mesmo sobre uma empresa nacional, a Griner Engenharia, uma construtora que se tem vindo a afirmar nas áreas de construção civil e reabilitação de edifícios residenciais, escritórios e industriais, construção de infraestruturas rodoviárias e infraestruturas de energia e águas.
Com actividade em quatro países africanos, está actualmente evolvida em projectos como a requalificação do Santuário da Muxima, através de um consórcio com a Sacyr Somague Angola. O valor total da obra ascende aos 100 milhões de dólares.
A formalização do resultado foi já publicada em despacho no Diário da República de 25 de Janeiro, sendo que o Presidente da República delega à governadora da província de Luanda competência para a assinatura do contrato.
Recorde-se que o Aterro Sanitário dos Mulenvos, situado no município de Viana, em Luanda, é o único aterro sanitário construído no país, sendo gerido pela empresa de saneamento de Luanda (Elisal).