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Governadora de Luanda critica vandalismo e apela ao diálogo para “encontrar soluções”

A governadora provincial de Luanda repudiou a “onda de vandalização” imposta pelo início da greve dos taxistas, em detrimento do diálogo para encontrar soluções.

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Ana Paula de Carvalho, que falava à Televisão Publica de Angola (TPA), considerou a situação "preocupante" e anunciou estar já marcado um encontro com os líderes das associações para discutir os seis pontos do caderno reivindicativo dos taxistas.

A greve foi convocada pela Associação Nova Aliança dos Taxistas de Angola (ANATA), Associação dos Taxistas de Angola e Associação dos Taxistas de Luanda e estende-se a outras seis províncias do país.

"Houve um encontro [Sexta-feira] sob orientação do ministro de Estado, onde foi revista a questão da lotação. Há um caderno reivindicativo com seis pontos e achamos que devemos sentar para conversar e encontrar soluções, não partir para a onda de vandalização de que Luanda foi alvo hoje", disse a responsável provincial, criticando: "Que se saiba, a greve é feita paralisando, não impedindo os demais [de trabalhar], pondo fogo em autocarros. Estamos a criar outras situações e não estamos a resolver o que pretendemos".

No entanto, as associações de grevistas demarcaram-se dos actos, publicando nas redes sociais uma declaração em que alegam que o vandalismo estará a ser praticado "supostamente por indivíduos forjados para manchar o bom nome das associações que convocaram a paralisação".

Acusam ainda os canais públicos de televisão (TPA e Zimbo) e a polícia nacional de "induzir os cidadãos a acreditar que a paralisação foi suspensa", recrutando pessoas que não pertencem às associações para "se envolverem em actos de vandalismo" e se "vingarem", reiterando que estão abertos ao diálogo com os órgãos de competência para cada ponto reclamado no comunicado das associações.

O presidente da Associação Nova Aliança dos Taxistas de Angola (ANATA), Francisco Paciente, já lamentou a ausência de diálogo com as autoridades, que acusou de mentirem à opinião pública.

Ana Paula de Carvalho apelou à população para que não adira às manifestações, para não "criar mais complicações" e garantiu que o Governo Provincial de Luanda (GPL) "vai trabalhar com as associações e com a população.

"No sentido de verem o que realmente queremos para a nossa província", disse, insistindo na rejeição dos distúrbios.

"Queimaram um autocarro, é um bem público, impediram pessoas de chegar cedo ao seu local de trabalho. Eles estão a reivindicar pelos seus direitos, mas estão a perder a sua razão", vincou, acrescentando que a capital angolana regressou à calma no início da tarde e que o GPL vai acompanhar a situação enquanto a greve perdurar, estando previsto um encontro com os líderes associativos para discutir os seis pontos que constam do caderno reivindicativos, um dos quais disse estar ultrapassado (lotação a 100 por cento) e outros "avançados".

Os taxistas queixam-se, nomeadamente, do excesso de zelo dos agentes policiais de que são alvo e do mau estado das estradas e exigem profissionalização da actividade através de um título próprio.

A Polícia de Luanda anunciou que foram já detidas 17 pessoas supostamente envolvidas em actos de vandalismo, no distrito urbano de Benfica, onde foi incendiado um edifício do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA).

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