Ao falar na abertura da 12.ª sessão do Conselho de Ministros, o chefe de Estado afirmou que "o que ocorreu na Segunda-feira foi um verdadeiro acto de terror, cujas impressões digitais deixadas na cena do crime são bem visíveis".
"Apontam para a materialização de um macabro plano de ingovernabilidade através do fomento da vandalização de bens públicos e privados, incitação à desobediência e à rebelião na tentativa de da subversão do poder democraticamente instituído", indicou.
João Lourenço realçou ainda que valeu o facto de as autoridades terem actuado com "bastante contenção": "Valeu-nos o facto de a Polícia Nacional ter agido com bastante contenção e as entidades privadas, singulares e colectivas, directamente lesadas terem-se comportado como verdadeiros patriotas, tolerantes e responsáveis".
Na sua intervenção, o Presidente disse ainda que para as gerações futuras existe a "responsabilidade de preservar para a eternidade as duas maiores conquistas do povo angolano, alcançadas com muito sacrifício ao longo dos tempos, a independência nacional e a paz e reconciliação nacional".
Fez ainda um apelo a todos os cidadãos para "se absterem de actos de retaliação". "Quem viu o se património vandalizado, queimado ou destruído que não pague na mesma moeda porque ninguém está autorizado a fazer justiça por mãos próprias. Entreguemos essa responsabilidade de justiça a outros órgãos competentes do Estado".
Garantiu ainda que as eleições gerais vão decorrer em Agosto de 2022 "em ambiente de plena segurança para os eleitores e os observadores", e destacou, num recado para os seus adversários políticos: "Em Angola, a única forma possível e legítima de se disputar o poder político é pela via democrática das eleições".
O chefe do Executivo lamentou a paralisação "de uma pequena parte" dos táxis de Luanda, afirmando que o Executivo tinha atendido "prontamente" a principal reivindicação das associações representativas da classe, que tinha a ver com a redução da lotação dos táxis devido à covid-19, dizendo que "serviu de pretexto para o aproveitamento político com vista a criar a ira dos cidadãos utilizadores desses meios".
João Lourenço concluiu a sua intervenção manifestando "indignação, repulsa e condenação pública da sociedade angolana em uníssono", contra os autores morais, mentores, organizadores e executantes dos actos da passada Segunda-feira.
Recorde-se que a capital foi palco de vários desacatos e vandalismo na Segunda-feira, o primeiro dia da greve dos taxistas, tendo sido detidas 29 pessoas.