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Sonangol reduz participação no banco BAI Cabo Verde para menos de 10 por cento

A petrolífera Sonangol, através da subsidiária cabo-verdiana, reduziu para menos de 10 por cento a participação social detida no Banco Africano de Investimentos (BAI) Cabo Verde, segundo dados da instituição consultados pela agência Lusa.

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De acordo com informação do BAI Cabo Verde, a petrolífera Sonangol Cabo Verde passou a deter uma quota de 9,20 por cento do capital social do banco, contra os anteriores 13,45 por cento, e a sociedade de investimentos Sogei viu a sua participação reduzir dos anteriores 2,69 para 1,84 por cento.

Já o BAI (Angola), que detinha uma participação de 83,85 por cento no BAI Cabo Verde, aumentou esse peso para 88,96 por cento, segundo a mesma informação oficial.

Esta actualização da estrutura accionista surge depois de a Lusa ter noticiado em 28 de Dezembro de 2021 que o BAI Cabo Verde fechou o ano com os accionistas a realizarem um aumento de capital de quase seis milhões de euros.

De acordo com o extracto de publicitação de sociedade feito pela Conservatória dos Registos Comercial e Automóvel da Praia, de 13 de Dezembro, após este aumento, o capital do BAI Cabo Verde passou a ser de 2.092.385.000 escudos.

Foi assim realizado, segundo o mesmo documento, um aumento de capital no valor de 661.590.000 escudos, na modalidade de "novas entradas" e "realizado em dinheiro", embora sem adiantar, na altura, informação sobre os accionistas envolvidos na operação ou a nova estrutura accionista.

"O capital social é representado por 2.092.385 acções, com valor nominal de 1000 escudos cada uma", lê-se ainda.

Os lucros do BAI Cabo Verde caíram 75,1 por cento em 2020, face ao ano anterior, para 280 mil euros, segundo dados do relatório e contas, que a Lusa noticiou em Junho.

No relatório, o conselho de administração reconhece que, num contexto de fortes impactos provocados pela pandemia de covid-19, a "deterioração sistémica das condições económicas e financeiras representou um desafio" para o BAI Cabo Verde, levando "à recentragem da sua gestão com ênfase no controlo e mitigação dos riscos, desde operacionais a financeiros e estratégicos".

O BAI Cabo Verde registou, assim, um resultado líquido de 31 milhões de escudos em 2020, que compara com os lucros de 124,7 milhões de escudos em 2019.

O conselho de administração decidiu ainda não distribuir dividendos, aplicando os lucros de 2020 em reservas, obrigatórias (15 por cento), de estabilização de dividendos (8 por cento) e livres (77 por cento), segundo o documento.

"Num enquadramento atípico e de forte contracção da actividade económica, o banco BAI Cabo Verde manteve o dinamismo comercial, adaptando-se e inovando na sua forma de prestar serviços aos seus clientes, agora num contexto de distanciamento social", explica o conselho de administração no mesmo relatório, acrescentando a continuidade da aposta, em 2020, nos canais digitais, mas mantendo os 118 trabalhadores.

A administração diz que a actividade bancária em 2020, impactada pela crise provocada pela pandemia de covid-19, "foi marcada por um crescimento ténue" da carteira de crédito, de 2,1 por cento face a 2019, para um valor bruto de 10,2 mil milhões de escudos, enquanto os recursos dos clientes subiram 1,2 por cento, para 14,2 mil milhões de escudos.

"A nível de solvência verificou-se, ainda que residual, um reforço dos fundos próprios em 0,5 por cento, tendo o rácio de solvabilidade passado dos 14,14 por cento em 2019 para os 14,22 por cento em 2020, acima do limite regulamentar, este ano fixado nos 10 por cento, como medida de flexibilização prudencial face à crise da covid-19", lê-se na mensagem da administração.

O activo líquido do BAI Cabo Verde cresceu 5,2 por cento em 2020, para mais de 23,5 mil milhões de escudos, enquanto o passivo aumentou 5,5 por cento, para 22 mil milhões de escudos, "traduzindo um nível de rentabilização de recursos em termos de taxa de transformação de 68,6 por cento", sendo um aumento de 0,6 pontos percentuais face ao resultado de 2019.

O banco fechou 2020 com capitais próprios de 1576 milhões de escudos.

No relatório e contas de 2020 é ainda reconhecido que o rácio do crédito vencido – com atraso superior a 30 dias – subiu para 7,4 por cento do total, contra 6,5 por cento em 2019, e que o rácio de crédito em incumprimento - atraso superior a 90 dias - atingiu os 7,2 por cento, face aos 6,3 por cento no ano anterior.

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