"Angola deverá este ano regressar a um crescimento mais visível, em torno de 2,5 por cento, graças a uma recuperação do sector petrolífero e também do sector não petrolífero, que deverá continuar a ter um contributo positivo para a actividade económica", disse Tiago Dionísio em entrevista à agência Lusa para perspectivar o ano de 2022 em Angola.
"A produção petrolífera deverá continuar bastante modesta e a recuperação do sector será muito ligeira, mais por via do preço, já que o Orçamento do Estado estima um preço médio de 59 dólares por barril em 2022, o que compara com uma média de 67,5 dólares em 2021, e com o preço actual a rondar os 80 dólares por barril", explicou o economista.
Para além do sector petrolífero, será principalmente o sector não petrolífero a impulsionar a economia: "A agricultura, a indústria extractiva, a construção, deverão registar uma evolução favorável que vai dar sustentação à actividade económica", elencou.
A consultora Eaglestone antevê que a inflação abrande em 2022, depois de registar, em 2021, uma subida de 27 por cento, mas continuará elevada, "claramente nos dois dígitos, à volta de 18 ou 19 por cento", estima Tiago Dionísio, apontando que a subida da inflação "esteve muito baseada no aumento dos preços dos alimentos nos mercados internacionais, que foi uma tendência generalizada a nível global".
Sobre a evolução da moeda nacional, que no ano passado se valorizou mais de 15 por cento face ao dólar, interrompendo anos de desvalorizações, o analista espera uma estabilização, prevendo que o kwanza não oscile mais do que numa banda de 5 por cento, seja para cima, seja para baixo, face aos níveis actuais.