Esta "necessidade estratégica" foi analisada na III Reunião Ordinária do Comité Permanente da Comissão Política do partido, que decorreu esta Terça-feira e foi orientada pelo seu presidente, Adalberto Costa Júnior, segundo um comunicado da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA).
Os dirigentes da UNITA mostram-se também preocupados com "a deterioração das garantias do Estado democrático de direito", devido à indefinição do calendário para implementação das autarquias locais em Angola, que estavam previstas para 2020.
Reforçam, por isso, o apelo ao executivo para que crie para implementar as autarquias em 2021 e em simultâneo em todos os municípios.
"A falta de disponibilidade do titular do poder executivo para as reformas do Estado exprime a vontade do actual regime em manter reféns as instituições do Estado para benefício exclusivo do Partido-Estado e prejuízos para a maioria dos angolanos", refere o comunicado.
Além de criticar a contratação pública por ajuste direto, prática que desacredita a luta do Presidente João Lourenço contra a corrupção, o Comité Permanente manifesta-se "inquieto" com o envolvimento de alguns membros de tribunais superiores em "actos que conflituam com a lei, o que fragiliza sobremaneira o sistema de justiça".
Foram também abordados assuntos como a pandemia de covid-19, com o Comité Permanente a "exortar o executivo angolano a garantir para Angola uma vacina segura e eficaz", e a prolongada estiagem que está a afectar a época agrícola, "o que pode agravar a fome e a pobreza no seio das famílias angolanas".