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Deputados da oposição apelam à libertação de três activistas políticos de Cabinda

Dois deputados da oposição, eleitos pelo círculo eleitoral de Cabinda, apelaram esta Quinta-feira à libertação de três activistas detidos naquela província do norte do país, há sete meses, acusados dos crimes de rebelião, ultraje ao Estado e associação criminosa.

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Os apelos foram feitos pelos deputados Lourenço Lumingo, da Convergência Ampla de Salvação de Angola – Coligação Eleitoral (CASA-CE), e por Raul Tati, da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), durante um debate no parlamento, realizado esta Quinta-feira sobre "O Combate à Impunidade como Factor Primordial à Boa Governação".

Lourenço Lumingo exortou às autoridades da justiça para "mandar libertar os três jovens activistas, que se encontram detidos na cadeia civil de Cabinda sem serem ouvidos há quase um ano".

Em causa está a detenção de Maurício Gimbi, André Bônzela e João Mampuela, desde Junho do ano passado, por tentarem alegadamente "colar panfletos nas ruas, que apelavam ao fim das hostilidades e ao diálogo com o Governo angolano".

"Para uma democracia saudável, apelamos no sentido de o mais rapidamente possível repor a legalidade, colocando em liberdade os nossos bravos rapazes, pois eles não são criminosos, apenas prisioneiros de consciência", referiu Lumingo, questionando se "é possível num Estado democrático de direito privar a liberdade de alguém há quase um ano sem ser ouvido".

Por sua vez, o deputado Raul Tati expressou a sua "aversão às injustiças", reforçando o apelo feito pelo seu colega "para a soltura imediata de três jovens, que foram presos o ano passado, prisioneiros de consciência, por pensarem política com a sua própria cabeça".

Raul Tati salientou que um dos activistas detidos, João Mampuela, é filho de um nacionalista guerrilheiro do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), que foi condecorado a título póstumo em 2018 pelo Presidente da República, João Lourenço.

"É uma contradição condecorar o pai, que lutou pela liberdade, e manter o filho na cadeia por pensar política com a própria cabeça", referiu.

As detenções dos três activistas, membros da organização política União dos Cabindenses para a Independência (UCI), ocorreram dias antes de terem sido colocados na rua dísticos, cuja autoria foi atribuída ao movimento, com os dizeres: "Abaixo as armas, abaixo a guerra, Cabinda não é Angola, viva o diálogo".

Maurício Gimbi é o presidente da UCI, enquanto que André Bônzela é o vice-presidente, e João Mampuela, o director de gabinete do presidente.

Em Setembro de 2019, o Tribunal de Cabinda negou a alteração das medidas de coação a Maurício Gimbi e João Mampuela, mas deferiu a liberdade provisória, sob termo de identidade e residência e uma caução de 300.000 kwanzas, a André Bônzela.

Contudo, por falta de condições para o pagamento da caução, Bônzela permanece detido, segundo o advogado Arão Tempo.

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