"A corrupção não é um problema africano, está em todo o lado onde há ganância, quando os indivíduos são gananciosos, fazem coisas más, e a questão é garantir que não o fazem com dinheiros do Estado", respondeu Akinwumi Adesina, quando questionado pela Lusa sobre o impacto da divulgação do escândalo financeiro conhecido como 'Luanda Leaks'.
"Enquanto BAD, o mais importante para nós é que haja uma boa governação, transparência e responsabilização na gestão das finanças públicas", disse o presidente do BAD, respondendo à questão sobre se o caso do ex-Presidente e a sua filha, a empresária Isabel dos Santos, pode pesar nas decisões de investimento no país e no continente africano.
O banqueiro acrescentou que "os investimentos têm de ser justos".
"Temos de combater os fluxos ilícitos de capital, e temos programas contra isso", afirmou Adesina, encorajando os países a aderirem à Iniciativa para a Transparência na Indústria Extractiva e lembrando que o BAD tem um programa sobre a valorização dos recursos naturais dos países e o acompanhamento da sua comercialização, "para conseguirem saber, de forma transparente, quem os está a vender, para onde e como".
Para além disso, acrescentou o presidente da instituição, à margem da apresentação do relatório sobre as Perspectivas Económicas Africanas, "o BAD tem um programa chamado Instrumento de Apoio Legal Africano que permite a países exportadores de matérias-primas saberem, de forma transparente, o valor dos recursos".
"A corrupção é uma coisa tão má, tira o que pertence ao Estado e torna-o numa coisa que pertence a um indivíduo, os recursos do Estado não pertencem a um indivíduo, pertencem ao colectivo", concluiu Akinwumi Adesina.