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Banca, energia e telecomunicações são sectores onde Isabel dos Santos investiu em Portugal

A empresária Isabel dos Santos, a principal visada nos esquemas financeiros revelados no “Luanda Leaks”, tem investimentos em Portugal, sobretudo concentrados na banca, energia e telecomunicações.

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Os investimentos da empresária em Portugal incluem posições na operadora de telecomunicações NOS, no banco EuroBIC, na Efacec e na Galp, a que se juntam investimentos imobiliários que Isabel dos Santos terá no país a título pessoal.

No caso da NOS, tudo começou a 20 de Dezembro de 2009, quando Isabel dos Santos, através da Kento Holding Limited, ficou com 10 por cento da ZON Multimédia. Em maio de 2012, a Unitel International Holdings B.V. adquiriu 19,24 por cento da operadora, no âmbito de movimentações que tinham como cenário uma possível fusão com a Optimus, do grupo Sonae.

Em Dezembro de 2012, a Sonaecom e Isabel dos Santos tornaram pública a operação de fusão, que viria a dar origem à NOS, operadora controlada pela ZOPT, de que são acionistas a empresária angolana e o grupo português liderado por Cláudia Azevedo.

Depois, a 9 de Novembro de 2014, a empresária tentou, sem sucesso, controlar a PT SGPS, atual Pharol, quando lançou uma Oferta Pública de Aquisição (OPA), através da Terra Peregrin, sobre a totalidade das ações por 1,21 mil milhões de euros.

Na banca, a empresária, que chegou a ser a segunda maior accionista do BPI, com uma posição de 18,58 por cento, através da sua ‘holding’ pessoal Santoro Finance, é agora a maior accionista do EuroBic, com 42,5 por cento do capital, após ter comprado uma parte da posição que era do empresário Américo Amorim.

No EuroBic, que tem como presidente executivo o antigo ministro das Finanças Fernando Teixeira dos Santos, a Santoro Financial Holding SGPS detém 25 por cento e a FiniSantoro Holding Limited 17,5 por cento, de acordo com dados disponíveis no 'site' do banco.

O empresário português Américo Amorim, que morreu em 2017, foi aliás, entre 2005 e 2010, o grande parceiro de negócios da filha mais velha do ex-Presidente angolano José Eduardo dos Santos, quer na área financeira, quer petrolífera.

A petrolífera Sonangol detém uma participação indirecta na Galp através da Amorim Energia. Isto porque a petrolífera controla a Esperaza Holding, empresa que, conjuntamente com o grupo Amorim, detém a Amorim Energia, a qual é dona de 33,34 por cento da Galp Energia.

A Amorim Energia tem como acionistas a Power, Oil & Gas (35 por cento), Amorim Investimentos Energéticos (20 por cento) e a Esperaza Holding BV (45 por cento). Por sua vez, a Esperaza é detida em 60 por cento pela Sonangol e 40 por cento por Isabel dos Santos.

A mais recente aquisição da empresária em Portugal foi a Efacec, empresa industrial da qual passou em Outubro de 2015 a controlar 65 por cento do capital, estando o restante nas mãos do grupo José de Mello e da Têxtil Manuel Gonçalves.

Foi através da Winterfell Industries que a empresária adquiriu a maioria do capital da Efacec Power Solutions, passando Mário Leite da Silva – um dos visados no “Luanda Leaks” e 'braço direito' de Isabel dos Santos – a presidir o Conselho de Administração.

A Efacec Power Solutions opera nas áreas da engenharia, energia e da mobilidade.

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