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JES diz que “nunca transferiu para si próprio, ou para qualquer outra Entidade, dinheiro do Estado”

José Eduardo dos Santos decidiu quebrar o silêncio sobre o processo de arresto das contas bancárias da sua filha, Isabel dos Santos, através de uma carta aberta ao país, datada de 13 de Janeiro. Na decisão decretada pelo tribunal, o órgão afirmava que JES era o responsável pela venda de diamantes e petróleo de Angola. No entanto, na carta aberta, escrita pelo antigo-presidente e divulgada por 'Tchizé' dos Santos no seu Facebook, JES nega ter "participação directa na venda dos diamantes".

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"O Presidente da República, e Titular do Poder Executico, não tinha participação directa nas vendas dos diamantes", começa por afirmar JES. "Os diamantes eram vendidos pela Sodiam e pela Endiama", começa por dizer.

De acordo com o documento, divulgado pela antiga deputada, os clientes que queriam comprar diamantes "assinaram contrato com a Sodiam de compra e venda, onde era definido como eram formados os preços e o sistema de pagamento". O antigo presidente adianta ainda que não vendeu nem comprou diamantes e que "quem disse que ele fazia isso mentiu!".

Na carta aberta, JES indica ainda que o ministro da tutela apresentava regularmente à Comissão Económica do Conselho de Ministros "o balanço das vendas de diamantes", sendo estas aprovadas por ele. Quanto às receitas, estas eram "apuradas e entregues" ao ministro das Finanças para entrar no Orçamento Geral do Estado.

Quanto ao petróleo, "o Presidente da República não tinha participação directa na venda do petróleo bruto", começa por escrever. "O petróleo era vendido através de um sistema criado pela Sonangol, e era primeiro o Eng. Joaquim David que controlava as vendas do petróleo", tendo passado a pasta para Manuel Vicente quando deixou o cargo, revela.

Feitas as vendas, os lucros eram "entregues uma parte ao Governador do BNA, outra parte ao Tesouro Nacional" para ser incluído no orçamento de estado.

"Como podem verificar destes dois relatos, o Presidente da República e Titular do Poder Executivo nunca transferiu para si próprio, ou para qualquer outra Entidade, dinheiro do Estado. Tudo o que foi dito é autêntica mentira", concluiu o antigo presidente.

A carta foi entregue ao general Leopoldino Fragoso do Nascimento, com o objectivo de que o documento chegue aos presidentes da Assembleia Nacional e do Tribunal Constitucional.

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