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Dificuldades financeiras paralisam construção de 500 casas para jovens

A falta de recursos financeiros deixou paralisadas as obras de construção de pelo menos 500 residências em todo o país, algumas delas a serem invadidas pela população, informaram as autoridades.

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Segundo a directora nacional de infra-estruturas do Ministério da Juventude e Desportos, Lisete Fernandes, que falava à margem de uma visita a bairros sociais da juventude, liderada pelo secretário de Estado da Juventude, Fernando João, as casas fazem parte do programa habitacional do Governo para jovens.

A responsável avançou que as visitas servem para constatar, inicialmente, as infra-estruturas existentes na província de Luanda, e posteriormente em todo o país.

Lisete Fernandes disse que o objectivo é encontrar-se soluções para essas infra-estruturas, algumas delas já invadidas por cidadãos, como é o caso do bairro Camama III, nos arredores de Luanda, onde as 140 residências se encontram ocupadas.

"O bairro do Camama III não foi concluído, o empreiteiro estava lá a executar as casas, mas depois devido ao não cumprimento dos nossos compromissos financeiros, abandonou a obra e logo de seguida a população invadiu as casas", disse.

A directora nacional de infra-estruturas do Ministério da Juventude e Desportos avançou que as autoridades estão a trabalhar com a polícia no sentido de retirar os invasores, mas é uma tarefa que "não é muito fácil".

"Não queremos retirar os invasores de forma violenta, queremos tirar de forma mais pacífica possível e não é uma tarefa muito fácil", frisou.

Questionada se a solução passa apenas pelo despejo das pessoas ou se haverá a hipótese de alguma negociação, no sentido de que paguem as residências, a responsável disse que devem mesmo deixar as casas.

"Porque, primeiro, há pessoas que estão a pagar no banco e não têm [as suas casas]. Então, temos que devolver aos verdadeiros beneficiários as suas casas. Segundo, não pretendemos incentivar esse tipo de prática", salientou.

Na visita efectuada ao bairro social Zango IV, onde foram construídas 100 residências, em 2012, pelo menos 15 casas encontram-se ocupadas por pessoas estranhas ao projecto.

"Estamos a trabalhar com a administração e a polícia, no sentido de retirarmos os invasores, porque há beneficiários que estão a pagar as casas e não tiveram ainda acesso às suas propriedades", sublinhou.

Lisete Fernandes realçou que em projectos já finalizados são pelo menos meia centenas de casas ocupadas por pessoas estranhas ao projecto, que beneficiou jovens que se candidataram e foram aprovados.

"O Ministério começou o programa de construção de residências para a juventude em 2013, mas nesse momento já não está a construir casas, porque já não tem essa incumbência, que foi passada para o Ministério do Ordenamento do Território, desde 2015, e foi nessa altura que paralisámos as obras, as construções pararam e ficámos com esses problemas", indicou.

De acordo com a responsável, a nível nacional 500 residências encontram-se nessas condições, sendo a província de Luanda a que regista o maior número de casas inacabadas e invadidas.

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