Segundo o secretário-executivo do MEA, Joaquim da Costa Lutambi, "persiste a insensibilidade" dos governantes para com o sistema de ensino e aprendizagem no país que "ainda enferma de inúmeras irregularidades".
"Entre todos os constrangimentos destacam-se a possibilidade de muitos alunos ficarem fora do sistema de educação em 2020, face à idade bem como aos transtornos criados pelo Ministério da Educação", disse o líder associativo, em conferência de imprensa, em Luanda.
As inscrições para o ensino geral e subsistema universitário em Angola para o ano académico 2020 tiveram início a 2 de Janeiro e decorrem até ao próximo Sábado, tendo surgido muitas reclamações de pais e encarregados de educação sobre a demora na emissão de certificados, sobretudo do ensino médio.
O MEA condena a morosidade na atribuição de certificados, apontando "falta de coordenação" entre os ministérios angolanos da Educação e Ensino Superior, uma vez que as aulas a nível do ensino secundário começam em finais de Janeiro e no ensino universitário em Março.
"Não entendemos como arrancaram as inscrições em Janeiro e com uma série de constrangimentos para os estudantes e encarregados de educação, pois as escolas não emitem os certificados a tempo e nem permitem inscrições com documentos provisórios", notou.
Face a todos esses "indicadores nebulosos", o MEA instou o executivo a "prorrogar o período de inscrições" no ensino geral e universidades públicas até à primeira quinzena de Fevereiro de 2020, ameaçando com protestos.
"Sob pena de desencadearmos uma série de contestações e reivindicações a nível nacional com vista a exigir os nossos direitos", adiantou Joaquim da Costa Lutambi.