"Angola vive uma situação de crise permanente, está em recessão desde 2015 e daí até agora tem sido recessão sobre recessão, o que originou um situação social explosiva", disse o presidente do Centro de Estudos e Investigação Científica da Universidade Católica de Luanda durante a apresentação do livro 'Angola, que futuro', em coautoria com Manuel Ennes Ferreira.
"A situação só não tem explodido porque ainda existem muitas amarras e dificuldade de as pessoas se manifestarem", apontou, explicando que "escrever reflexões [em jornais e livros] não é problema, mas relativamente à possibilidade de a sociedade civil se manifestar contra a presente situação social em Angola, onde a taxa de desemprego está nos 30,4 por cento e o desemprego jovem está nos 56 por cento, não tem sido permitido a ocorrência de manifestações para as pessoas dizerem de viva voz que estão descontentes com esta situação".
O livro, que reúne crónicas publicadas em Lisboa, no Semanário Económico e no Expresso, e em Luanda no Expansão, foi apresentado na tarde de Quarta-feira em Lisboa, e tem na presidência de João Lourenço e na transparência e combate à corrupção um tema central.