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Cerca de 50 activistas detidos em Luanda libertados sem acusação, após protesto frustrado

Os cerca de 50 activistas detidos, na manhã de Quinta-feira, em Luanda, pela polícia quando se preparavam para um protesto a favor das eleições autárquicas nos 164 municípios, em frente à Assembleia Nacional, foram entretanto libertados, sem acusação.

: Angola Online
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"Tal como tínhamos prometido em conferência de imprensa queríamos manifestar-nos contra os vícios que enfermam o pacote legislativo autárquico e encontrámos um aparato de segurança que não nos permitiu concentrar no lugar onde já tínhamos feito outros protestos (portão Sul da Assembleia Nacional)", disse o porta-voz do projecto Agir, Hitler Samussuku.

Laulenu (província do Moxico), Projecto Agir (município do Cacuaco), PLACA, (município do Cazenga), Mizangala Yenu (província do Bengo), Okilunga, (província da Huíla) e o Núcleo de Boas Acções de Luanda são as organizações cívicas promotoras da manifestação que estava prevista para esta Quinta-feira em frente ao parlamento, onde estava a decorrer a primeira reunião plenária de 2020.

Segundo relatou à Lusa o 'rapper' e activista, por volta das 09h00, a polícia decidiu levar para uma esquadra, 44 activistas e outros 20 jovens que não estavam ligados aos movimentos que convocaram o protesto, mas "apenas de passagem", e foram confundidos por estarem vestidos de forma semelhante.

Também dois jornalistas da Lusa foram detidos pela polícia, e posteriormente libertados, tendo sido informados pelos agentes que não poderiam filmar ou reportar o que estava a acontecer.

Outros três activistas, incluindo o músico Luaty Beirão, terão sido levados para uma outra esquadra na Maianga, ainda de acordo com Hitler Samussuku.

Na sua conta de Twitter, Luaty Beirão escreveu ter sido "recolhido por uns polícias simpáticos" e que estava "a passear com eles no patrulheiro", dando também conta da tentativa de manifestação abortada no portão sul do parlamento.

O porta-voz do Agir adiantou que os jovens foram libertados cerca das 16h00, sem serem acusados de nenhum crime.

Quando questionaram as razões da sua detenção foram informados de que não estavam detidos "e que estavam só à espera que acabasse a plenária para nos porem em liberdade", afirmou.

Hitler Sumussuku adiantou que vai agora reunir com os restantes activistas para decidir os próximos passos, de acordo com os planos do grupo designado como "Jovens pelas Autarquias".

A agência Lusa procurou obter esclarecimentos sobre as detenções junto do Comando Provincial de Luanda da Polícia Nacional, sem resposta até ao momento.

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