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Construção

Mota-Engil com 800 milhões de obras no país e previsão para crescer dois dígitos

A carteira de obras da Mota-Engil em Angola roda atualmente os 800 milhões de euros, com a construtora portuguesa a prever um crescimento na ordem dos dois dígitos naquele mercado histórico em 2019, admitiu o administrador executivo, Manuel Mota.

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Em entrevista à Lusa, Manuel Mota afirmou que o mercado nacional manteve em 2018 a "preponderância" dos últimos anos para o grupo.  "Agora, naturalmente, o grupo continua a crescer e Angola está num período de transição, pós-eleições, por isso não perde importância ao nível da Mota-Engil, mas há outros mercados que estão, neste momento, a crescer mais do que Angola, para nós”, afirmou o administrador executivo do grupo de construção. 

Já para 2019, assegura o gestor, filho do empresário António Mota, presidente do Conselho de Administração da Mota-Engil, a previsão aponta para "um crescimento a dois dígitos" no mercado angolano. "Tivemos uma estabilização em 2018 e teremos um crescimento em 2019”, afirmou Manuel Mota, admitindo que será um regresso aos tempos dos elevados volumes de negócios da empresa em Angola. 

Há 70 anos presente em Angola, a Mota-Engil é uma das mais antigas empresas portuguesas a operar naquele mercado e continua a conquistar obras emblemáticas em Angola. 

António Mota e o seu filho, Manuel Mota, reuniram-se com o Presidente João Lourenço, em Novembro, durante a visita do chefe de Estado a Lisboa. 

Manuel Mota confirma o encontro, que diz serem habituais já que o seu avô, fundador do grupo construtor, reunia com o António Agostinho Neto, o primeiro Presidente de Angola (1975 a 1979), e mais tarde com o Presidente José Eduardo dos Santos (1979-2017).

“Nós estamos presentes há muitos anos em Angola e é de uma forma regular que temos encontros com os presidentes do país. Tivemos a oportunidade de ter um encontro com o Presidente João Lourenço durante a sua visita a Portugal, como já tínhamos estado com ele antes”, afirmou Manuel Mota, que já tem vindo a acompanhar estas reuniões, com o pai.

Sobre o que discutem os empresários com o Presidente nessas reuniões, Manuel Mota responde: “São reuniões onde apresentamos o desenvolvimento da empresa, como perspectivamos o mercado angolano, qual a nossa opinião sobre o mesmo, quais são os desafios para as empresas e onde é que o grupo tem valências e mais valias e onde pode apostar em projetos específicos naquele país”.

As reuniões são sempre solicitadas pelos empresários, adianta o administrador executivo da Mota-Engil.

O parlamento português aprovou na semana passada uma convenção que visa acabar com a dupla tributação entre os dois países - o mesmo deverá acontecer hoje na Assembleia Nacional, em Luanda - medida que Manuel Mota defende que "há muito tempo que se justificava", face à "relação económica" entre ambos Estados.

"Se é o melhor acordo ou não (...) o que sei é que é o acordo possível e já é um primeiro passo para se conseguir ajudar a promover e a apoiar as empresas dos dois países”, considerou. 

Quanto ao facto de manter uma tributação de 5 por cento sobre os serviços técnicos, Manuel Mota defende que no contexto do que é a prática nos países africanos e de acordo com a experiência da Mota-Engil no continente, aquela taxa “é uma tarifa bastante competitiva”. Moçambique, por exemplo, tem uma taxa de 10%, recorda.

Porém, admite: "claro que num acordo de dupla tributação poderia ter-se tentado evitar haver qualquer imposto nessa área”. 

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