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Kwanza perdeu metade do valor num ano para o euro e dólar

O kwanza perdeu praticamente metade do valor para o euro e para o dólar norte-americano desde a aplicação do regime flutuante cambial, a 9 de Janeiro de 2018, deixando de ser uma das moedas mais sobrevalorizadas do mundo.

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Esta depreciação, que foi mais acentuada no primeiro mês do novo modelo, foi confirmada pela Lusa com cálculos feitos a partir das taxas cambiais oficiais do Banco Nacional de Angola (BNA), de 9 de Janeiro de 2018 a 8 de Janeiro de 2019.

Hoje, a taxa de câmbio média do euro cifra-se nos 356,89 kwanzas (para um euro), quando há um ano era de 185,40 kwanzas, o que representa uma depreciação de 48 por cento.

No modelo cambial anterior, até 9 de Janeiro, a cotação era fixada directamente pelo BNA, com o kwanza indexado ao dólar norte-americano, mas passou então a ter moeda europeia como referência para o mercado nacional.

Já o dólar, que valia há precisamente um ano 166,00 kwanzas, é hoje transaccionado, segundo a taxa oficial do BNA e formada a partir dos leilões de divisas feitos pelo banco central, a 311,61 kwanzas, uma depreciação acumulada de 47 por cento também no espaço de um ano.

“Sem qualquer desprimor para o mérito, certo é que, em Dezembro de 2017, o kwanza estava entre as quatro moedas mais sobrevalorizadas do mundo, ante um cenário de acelerada degradação das reservas internacionais e de acumulação de responsabilidades perante o exterior”, afirmou, em Setembro último, a propósito do novo modelo, o governador do BNA, José de Lima Massano.

A taxa de câmbio oficial passou a ser formada, neste modelo, nos leilões de compra e venda de moeda estrangeira, nos quais os participantes, caso dos bancos comerciais, indicam o preço (taxa de câmbio) para a compra ou venda de moeda estrangeira.

No segundo semestre de 2018, de acordo com dados de instituições financeiras consultados pela Lusa, o kwanza já não figurava das listas de moedas mais sobrevalorizadas do mundo.

Foram realizados pelo BNA, no primeiro ano do novo modelo cambial, cerca de meia centena de leilões, tendo o banco central colocado uma média de 930 milhões de euros em divisas por mês, o valor mais baixo de sempre.

A depreciação do kwanza ao longo do último ano levou ainda a uma aproximação entre a taxa de câmbio oficial e os valores praticados no mercado de rua, a única solução para muitos angolanos e expatriados que não conseguem comprar euros ou dólares aos balcões dos bancos, devido à falta de divisas.

Agora, conforme informações recolhidas pela Lusa, comprar um euro nas ruas de Luanda custa 450 kwanzas, enquanto um dólar norte-americano vale 390 kwanzas, em ambos os casos pouco mais de 20 porcento acima das taxas oficiais.

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