Da parte angolana, o encontro foi encabeçado pelo diretor-geral do Gabinete para Administração das Bacias Hidrográficas dos Rios do Cunene, Cuando Cubango e Cuvelai, Carolino Mendes, e pela delegação namibiana, o técnico do Ministério das Minas e Energia, Simeon Negungo.
O encontro decorreu na Barragem Hidroeléctrica de Laúca, no município de Cacuso, e serviu para a transmissão das experiências de Angola à Namíbia sobre a construção de projectos hidroeléctricos, como as do corredor do Rio Cuanza, nomeadamente Laúca, Capanda e Cambambe.
O encontro antecede outro, a realizar Sexta-feira, também em Laúca, entre o ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges, e o seu homólogo namibiano, Tom Alweendo, com vista a análise de assuntos ligados à Comissão Técnica Permanente Conjunta para o Rio Cunene (CPTC), em que se destacam os estudos para a construção da barragem Binacional de Baynes e os projectos de abastecimento de energia e água na região fronteiriça de Calueque.
O Baixo Cunene, região que se estende por aproximadamente 185 quilómetros a partir das Quedas de Epupa até à foz no Oceano Atlântico, é considerado uma área de influência do empreendimento.
Estudos preliminares apontam que o Aproveitamento Hidroeléctrico de Baynes será constituído por uma barragem de enrocamento com face de betão, com 200 metros de altura, 1025 de comprimento de coroamento, 40 quilómetros de albufeira e uma área inundada de 58,15 quilómetros quadrados, num nível de pleno armazenamento.
Até agora, não foi adiantado qualquer montante para o projecto.
A central de geração terá uma potência de 600 MW, sendo 300 MW para Angola e 300 MW para a Namíbia e foi aprovada pelos dois governos em Novembro de 2014, no quadro de um estudo de viabilidade concluído em 2013.
Os técnicos analisaram, por outro lado, o projeto de abastecimento de energia e água às populações das zonas fronteiriças dos dois Estados, através da Barragem de Calueque (província do Cunene), recentemente reabilitada, no quadro da cooperação entre as partes.