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Imprensa internacional elogia presidência de João Lourenço

A agência de informação financeira Bloomberg e a revista The Economist publicaram nos últimos dias artigos que elogiam a presidência de João Lourenço, destacando o ímpeto reformista, mas sem esconder as dificuldades.

Geert Vanden Wijngaert:

"A oposição chamou-o de 'chauffeur', já que seria José Eduardo dos Santos a dizer-lhe para onde ir, mas dois meses depois, o 'chauffeur' parece que não aceita ordens", escreve a revista britânica The Economist, num artigo em que passa em revista as principais exonerações decididas por João Lourenço e o simbolismo de algumas iniciativas.

"Ao enfraquecer o clã de dos Santos, e tão depressa depois de chegar ao cargo, Lourenço começou forte", lê-se no artigo que dá voz a vários académicos para comprovar o simbolismo das mudanças.

"O assalto ao império dourado do antigo Presidente está a convencer pelo menos alguns angolanos", continua o artigo da Economist, onde se lê: "Nas redes sociais muitos partilharam o cartaz do filme 'O Exterminador', em que a cara de Schwarzenegger é substituída pela do Presidente com a legenda 'O Exonerador Implacável'".

Noutro exemplo de mudanças simbólicas, a Economist escreve que "dizem que a comitiva presidencial agora para nos semáforos vermelhos e João Lourenço foi visto numa fila para o KFC, uma cadeira de 'fast-food'".

Num país "onde os ricos e os poderosos têm estado acima da lei durante anos, pequenos gestos como estes têm um grande significado", escreve a Economist.

Se o tom do artigo mostra que os angolanos estão agradados pela nova maneira de governar, também os mercados parecem ter aprovado a recente presidência de João Lourenço.

"Ele só liderou Angola por um par de meses, mas os investidores em títulos já gostam do que estão a ver de João Lourenço", escreve a Bloomberg, num artigo em que mostra que a dívida soberana nacional é a mais rentável de entre 70 países emergentes analisados por esta agência de informação financeira.

Os 1,5 mil milhões de dólares em títulos de dívida com maturidade em 2025 deram oito por cento desde que Lourenço tomou posse, nota a Bloomberg, vincando que "o resultado não se reduz ao aumento de cinco por cento nos preços do petróleo nesse período", porque a média do retorno de outros títulos semelhantes ficou-se pelos 0,3 por cento.

"Apesar de se poder apontar para a turbulência do mercado devido aos preços elevados do petróleo, o mercado pode estar a ficar mais construtivo face à perspectiva de evolução da política económica", comentou o líder do departamento estratégico do Standard Bank londrino, Dmitry Shishkin.

"O Governo tocou nas teclas certas, apontando para o desejo de melhorar a sustentabilidade da dívida, cortar algumas despesas, emitir mais dívida soberana e continuar com a reforma da Sonangol", concluiu o gestor de fundos.

Também a agência de notação financeira Moody's considera que uma descida do 'rating' de Angola é improvável nos próximos anos, argumentando que o crescimento deve manter-se positivo e que o risco político desceu com a eleição de João Lourenço.

"Uma descida do 'rating' é improvável nos próximos anos, o crescimento deve manter-se positivo, o sector petrolífero deve crescer moderadamente até 2022, e apoiar a gradual recuperação, ainda que abaixo da média da década passada", disse a Moody's à Lusa.

"O risco político baixou com uma sucessão presidencial pacífica e com sucesso", concluíram os analistas, nas respostas às questões colocadas pela Lusa.

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