De acordo com fonte ligada ao processo eleitoral, as eleições para o triénio 2018/2022 decorreram, presencialmente, em Luanda, entre as 08h30 e as 19h00, mas o voto por correspondência podia ter data de envio de até 28 de Novembro.
Por esse motivo, a comissão eleitoral só fará o escrutínio da votação, para bastonário, conselho nacional e conselho provincial de Luanda, na Terça-feira, 5 de Dezembro.
O único candidato a bastonário, Luís Paulo Monteiro, com 22 anos de actividade como advogado, reconheceu na Quarta-feira, em declarações à Lusa, em Luanda, que aquela classe profissional carece "de maior prestígio e dignidade", prometendo inverter o cenário.
Assumiu a necessidade de conferir "dignidade e prestígio" aos advogados, "independentemente do domicílio profissional que estes tenham escolhido", defendendo ainda o reforço da união no seio da classe, que contabiliza 1947 advogados inscritos na Ordem, a que acrescem 3033 estagiários controlados.
"Muitos são impedidos de exercer o direito de defesa nas esquadras policiais, nos serviços prisionais e nos tribunais, por quem actua efectivamente nesses órgãos. E pensamos que é imperioso que se entenda as prerrogativas dos advogados", disse.
A importância do respeito pelos direitos e prerrogativas dos advogados coloca-se, segundo Luís Paulo Monteiro, por permitirem "viabilizar a actuação profissional a favor dos cidadãos".
Para Luís Paulo Monteiro, o total de advogados em funções em Angola - essencialmente concentrados em Luanda - é igualmente insuficiente para responder à demanda populacional do país, com mais de 25 milhões de habitantes.
"Efectivamente há carência de advogados, porque nós temos províncias como Uíge e Zaire que praticamente não têm advogados domiciliados. É preocupante porque o direito de defesa deve ser exercido fundamentalmente por advogados", apontou, recordando que o "maior dos direitos dos cidadãos é o de Defesa".
Com quatro conselhos provinciais, dois interprovinciais e duas delegações nas províncias Kwanza Norte e Kuando-Kubango - nestes casos por não existirem mais de oito advogados -, Luís Paulo Monteiro reconhece que as metas que se propõem atingir "são desafiantes".
"Para termos uma advocacia forte e empenhada temos que ter uma ordem forte e empenhada, de tal forma que estou convicto que vamos conseguir cumprir o plano", assegurou.